sexta-feira, 31 de outubro de 2008

BETFAGÉ - Gr. Bethphage, do aramaico Bêth-pagge’, “casa dos figos”.

Um pequeno local perto de Jerusalém, mencionado juntamente com Betânia e situado na vertente este do Monte das Oliveiras (ver Lc 19:37). Foi identificado com Kefr et-Tûr, no cimo do Monte das Oliveiras, mais ou menos a noroeste de Betânia.

BETE-ZUR


Uma cidade cananeia atribuída a Judá (Js 15:58) e habitada pelos calebitas (1Cr 2:45; cf.1Cr 2:42). Roboão fortificou-a (2Cr 11:5, 7{-1}) e após o exílio tornou-se no centro de um distrito (Ne 3:6). Teve um papel importante nas guerras macabeias. Judas obteve aí uma grande vitória sobre Lísias, o general sírio (I Mac 4:29; II Mac 11:5; II Mac13:19, II Mac13:22) e depois fortificou a cidade (I Mac 4:61; I Mac 6:7, I Mac 6:26). Foi, mais tarde, conquistada por Antíoco V Eupator (I Mac 6:49, 50) e depois reforçada pelos sírios, sob Bacchides (I Mac 9:52) mas foi recapturada pelos Judeus, sob as ordens de Simão Macabeu (I Mac 11:65, 66; I Mac 14:7).
O seu antigo nome ainda permanece em Beit Sûr, 6.5 km a norte de Hebrom mas a localização actual da antiga Bete-zur encontra-se em Khirbet et-Tubeiqah, cerca de 5,5 km a noroeste de Hebrom. Em 1931 e 1957, foram levadas a cabo escavações em Bete-Zur que confirmaram a história da cidade, tal como descrita em registos literários. Mostram também que esta já era uma cidade importante no século XVIII a.C.

BETE-TÁPUA - Heb. Bêth-Tappûach, “casa das maçãs”.

Uma cidade de Judá (Js 15:53) identificada com Taffûh, 6.5 km a oeste de Hebrom.

BETE-SITA - Heb. Bêth-hashshittah, “casa das acácias”.


Uma cidade perto de Zererá, no Vale do Jordão, para onde os midianitas fugiram de Gideão (Jz 7:22); não identificada.

BETE-SEMES - Heb. Bêth-Shemesh, “casa do sol”. As cidades com este nome eram, aparentemente, locais de adoração do sol.

1.) Uma cidade mencionada como situando-se a oriente da Planície de Esdraelon, ou ali perto (Js 19:22). Foi identificada com el-‘Abeidiyeh, perto de Bete-Seã;
2.) Uma cidade no território de Naftali, perto de Bete-Anate (Js 19:38; Jz 1:33); não foi identificada;
3.) Um centro de adoração do sol no Egipto, provavelmente Heliópolis, (Jr 43:13);
4.) Uma antiga cidade cananeia, 24 km a oeste de Jerusalém, no Vale de Soreque, no caminho para Asdode. A cidade foi atribuída a Judá (Js 15:10) como cidade destinada aos sacerdotes (Js 21:16). Situava-se na fronteira entre Judá e Dã e era também chamada Irsemes (Js 19:41). As “montanhas de Heres” (“montanhas do sol”) de Jz 1:35 são, muitas vezes, identificadas com este local. É provável que este local não tenha sido ocupado pelos hebreus senão alguns séculos mais tarde, mas o tempo exacto não é conhecido. Parece terem-na ocupado no tempo de Samuel, pois a arca do Senhor, que os filisteus tinham capturado, voltou para Bete-Semes, onde ficou até ser levada para Quiriate-Jearim (1Sm 6). Bete-Semes foi o palco da batalha em que Joás, de Israel, capturou Amazias, de Judá (2Rs 14:1-14). Os filisteus ocuparam-na no tempo de Acaz (2Cr 28:18). O local é identificado com Tell er-Rumeileh, perto de ‘Ain Shems, que ainda continua a ser designada pelo antigo nome.
O Fundo Palestiniano de Exploração levou a cabo algumas escavações, sob a direcção de Duncan Mackenzie, em 1911-1912 e também sob a direcção de Elihu Grant, para o Haverford College, entre 1928 e 1933. Foram descobertos seis níveis. O nível VI, o mais antigo, continha algumas peças de olaria do período pré-Hiksos (2200-1700 AC). O nível V representa a cidade no período Hiksos, que terá sido destruída no século XVI, durante a campanha de Amenhotep I ou Tutmose I. As relíquias encontradas no nível seguinte - IV - mostram que a cidade cananeia passou pelo seu período mais próspero por volta de 1500-1200 AC mas que terá sido destruída a meio desse período, talvez pelos hebreus (1350 AC). Os níveis III (1200-1000 AC) e II (1000-586 AC), atribuídos à ocupação israelita, mostram que Bete-Semes foi uma cidade pobre nesse tempo, sem fortificações. O local não foi reocupado após o exílio e até ao período helenístico, quando um pequeno grupo de colonos aí se estabeleceu (nível I).
Entre as descobertas mais interessantes encontradas em Bete-Semes estão: 1) uma tabuínha de argila onde estão inscritos sinais cuneiformes ugaríticos, inscritos ao contrário e para serem decifrados, terá que se recorrer a um espelho e 2) um ostracon, ou fragmento de vaso, contendo uma inscrição em ortografia proto-semítica, datado de meados do 2º milénio AC.
BETE-SEÃ - Heb. Bêth-She’an e Bêth-Shan.

Nas Cartas de Amarna, o nome aparece como Bît-Sâni e em textos egípcios como Bt-Shr. Uma antiga fortaleza cananita no estreito oriental da planície de Esdraelon, junto ao Rio Jalud, perto do Jordão. Ocupava uma posição estratégica na principal estrada para Damasco. Por causa disto, os egípcios consideraram-na, durante séculos, como uma cidade-chave do seu império asiático. Bete-Seã não foi ocupada pelos hebreus no tempo de Josué (Jz 1:27). Na divisão da terra, a cidade foi atribuída a Manassés, embora se situasse no território de Issacar e Aser (Js 17:11). Por altura da morte do Rei Saúl, os filisteus capturaram-na e depois da batalha, penduraram nas suas paredes os corpos de Saúl e dos seus filhos (1Sm 31:10, 12; 2Sm 21:12). David, aparentemente, ocupou-a, pois ela pertenceu ao reino de Salomão. Salomão colocou-a sob a administração de Baana, que vivia em Megido (1Rs 4:12).
O faraó Sisaque menciona Bete-Seã como uma das cidades conquistadas durante a sua campanha na Palestina (cf. 1Rs 14:25, 26). Após um silêncio de vários séculos, Bete-Seã reaparece na história, no século III AC, quando Antioco III a conquistou (218 AC). Em 107 AC, caiu novamente nas mãos dos judeus e permaneceu, por pouco tempo, sob o seu controlo. O seu nome foi, entretanto, mudado para Citópolis. Quando Pompeu a tornou numa cidade livre, em 63 AC, juntou-se às cidades de Decapolis. A actual aldeia de Beisân preservou o seu antigo nome. A sua localização inicial, um dos montes de terra mais conspícuos da Palestina, é chamada Tell el-Husn.
Uma expedição da Universidade da Pensilvânia escavou o local primitivo entre 1921 e 1933, descobrindo dezoito níveis de ocupação. Ficou a saber-se que a cidade se encontrava já sob influência egípcia no início do 2º milénio AC e que foi uma forte cidade-reino no período Hiksos. As escavações revelaram também que, após a conquista levada a cabo por Tutmose III, Bete-Seã permaneceu como possessão egípcia, sendo uma guarnição militar durante três anos. Neste período de tempo, construíram-se dois templos sobre os fundamentos dos antigos, um para Astarte-Anate e outro para Mekal-Resheph. Dessa altura também são várias colunas monumentais egípcias, duas erigidas por Seti I, uma por Ramsés II e ainda uma estátua de Ramsés III descoberta pela expedição entre as ruínas. Foram também descobertos vários objectos que lançam alguma luz sobre os ritos e cultos pagãos dos cananeus, nomeadamente os que eram usados no culto de adoração das serpentes.

BETESDA - Heb. Bêth-sûr, “casa de uma rocha”.


Um tanque próximo da porta das ovelhas de Jerusalém, “o qual tem cinco alpendres” (Jo 5:2). No tempo de Cristo, estes alpendres eram ocupados por muitas pessoas doentes que ali permaneciam à espera do misterioso movimento das águas. As pessoas acreditavam que este movimento era provocado por um anjo e que curava quem primeiro entrasse na água. Aí Jesus curou um homem inválido há 38 anos (Jo 5:1-9). O nome Beth-zatha aponta para a localização do tanque na região norte da Jerusalém do Novo Testamento. A proximidade da porta das ovelhas junto ao tanque indica que este se encontrava a norte do Templo, pois esta porta (Ne 3:1) situava-se a nordeste do muro do templo.
O tanque actual foi descoberto em 1888, a noroeste da Igreja de Santa Ana e as escavações levadas a cabo no local desde então mostram que a estrutura tinha 5 muros, um dos quais dividia o tanque em duas bacias, enquanto que os outros quatro rodeavam o tanque.

BETE-REOBE - Heb. Bêth-Rechob, “casa de uma rua larga”.


Uma cidade a norte da Palestina, no vale onde a tribo de Dã se instalou (Jz 18:28). Em Nm 13:21 e 2Sm 10:8 é mencionada como Reobe e Recobe respectivamente. De acordo com 2Sm 10:6, era uma pequena cidade-estado arameia (síria) que os amonitas alugaram na sua guerra contra David mas que foi derrotada (vers. 13). Não se conhece a sua localização exacta.

BETE-QUERÉM - Heb. Bêth-Hakkerem, “casa da vinha”.

Um local em Judá (Ne 3:14; Jr 6:1), geralmente identificado com ‘Ain Kârim, 6.5 km a oeste de Jerusalém mas, mais recentemente, com Ramath-Rahel, 4 km a sul de Jerusalém. Aí, escavações levadas a cabo por Y. Aharoni puseram a descoberto uma cidade antiga onde existia um palácio real relativo aos últimos anos do reino de Judá.

BETE-PEOR - Heb. Bêth Pe‘ôr, “casa do (deus Baal-) Peor”.


Um local moabita perto do monte Pisga, onde os israelitas acamparam antes de passarem o Jordão (Dt 3:29; Dt 4:46). Moisés foi enterrado ali perto (Dt 34:6). Foi atribuído a Rúben (Js 13:20). Abel e Noth identificam-no com Khirbet esh-Sheikh Jayel, 9.5 km a oeste de Hesbom. Waterhouse e Ibach identificam-no com Khirbet Mehatta, 8 km a oeste de Hesbom.

BETE-PATZEZ - Heb. Bêth-passes, “casa da devastação”.

Um local no território de Issacar (Js 19:21); não identificado.
BETE-PALETE - Bete-Pelete e Bete-Palete; Heb. Bêth-pelet, “casa da fuga”.

Uma cidade no sul de Judá (Js 15:27; Ne 11:26). Situava-se, sem dúvida, perto de Beer-sheba, mas a sua localização exacta ainda não foi averiguada. Petrie identificou-a com Tell el-Fâr‘ah, a sul, cerca de 29 km a oeste de Beer-sheba, que ele escavou, mas esta identificação nunca foi muito aceite. Alguns identificam Tell el-Fâr‘ah com Sharuhen, mas Sharuhen parece identificar-se mais com Tell el-‘Ajjûl. Portanto, nem a localização de Bete-Palete, nem a identificação de Tell el-Fâr‘ah são conhecidas.
BETE-NINRÁ OU NINRÁ - Heb. Bêth-Nimrah e Ninrah, “(casa da) água cristalina”.

Uma cidade na Transjordânia, atribuída à tribo de Gade e reconstruída por esta tribo (Nm 32:3, 36; Js 13:27). De acordo com a informação fornecida por Eusébio e Jerónimo, o local foi identificado com Tell el-Bleibil, que se situa 9.5 km a este do Jordão, no Wâdi Sha‘îb.

BÉTEN - Heb. Beten, “oco”.


Uma aldeia no território de Aser (Js 19:25). Foi identificada com Abtûn, cerca de 19 km a sudeste de Acre (Aco).

BETE-MEQUE - Bêth-Ha‘emeq, “casa do vale”.

Uma cidade no território de Aser (Js 19:27); provavelmente Tell Mimâs, cerca de 9,5 km a nordeste de Acre.

BETE-LEBAOTE - Heb. Bêth-leba’ôth, “casa dos leões”.


Uma cidade no sul de Judá, atribuída à tribo de Simeão (Js 19:6). O local é desconhecido.

BETE-LE-AFRA - (casa de) Afra; Heb. Beth-le‘Aphrah, “casa do pó”.


Uma cidade em Judá (Mq 1:10). Foi identificada com et-Taiyibeh, entre Hebrom e Beit Jibrîn; mas a sua localização permanece incerta

BETE-JESIMOTE - Heb. Bêth-Hayeshimôth, “casa da assolação”.

Um local que formava o limite sul do acampamento israelita em Abel-Sitim (Nm 33:49), identificando-se talvez com Tell el-‘Azeimeh, cerca de 16 km a sudeste de Jericó, a este do Jordão. O local é também mencionado em Js 12:3; Js 13:20 e Ez 25:9.
BETE-HOGLÁ - Heb. Bêth-Choglah, “casa de perdiz”.

Uma aldeia de Benjamim, no seu limite sul no Vale do Jordão (Js 15:6; Js 18:19). Tem sido identificada com ‘Ain Hajlah, 8 km a sudoeste de Jericó.
BETE-HARÃ - Heb. Bêth-Haran, de significado incerto.

Um local no Vale do Jordão, reconstruído pela tribo de Gade (Nm 32:36), talvez o mesmo que é mencionado em Js 13:27. No Novo Testamento era conhecido como Beth-Aramphta, o local onde Herodes tinha um palácio. Herodes Antipas chamou-lhe Lívia, em honra da mulher do Imperador Augusto. Tem sido identificado com Tell Iktanû, cerca de 11 km a nordeste do ponto onde o Jordão corre para o Mar Morto.
BETE-HAGÃ - Heb. Bêth-Haggan, “casa do jardim”.

Um local para onde Acazias fugiu quando Jeú matou Jorão, de Israel (2Rs 9:27, “casa do jardim”). É, talvez, a actual Jenîm, chamada En-ganim em Js 19:21.

BETE-GAMUL - Heb. Bêth-Gamûl, “casa das recompensas”.


Uma cidade em Moabe (Jr 48:23), actualmente identificada com Khirbet ej-Jumeil, 13 km a este de Dibom

BETE-GADER - Heb. Bêth-Gader, “casa de uma parede”.


Uma cidade em Judá (1Cr 2:51), talvez a Geser de Js 12:13. A sua localização é desconhecida. A cidade é mencionada num texto cuneiforme como Gidiraya.

BETE-EZEL - Heb. Bêth-Ha’esel, “um lugar perto”.

Uma cidade de Judá (Mq 1:11). Tem sido identificada com Deir el-‘Asal, cerca de 3 km a este de Tell Beit Mirsim.
BETE-EQUEDE DOS PASTORES - Heb. Bêth-‘Eqed Haro‘îm, de significado incerto.

Uma localidade situada entre Jezreel e Samaria (2Rs 10:12, 14). Algumas versões traduzem o termo hebraico por “casa da tosquia”. Alguns identificam-na com Beit Qad, 5 km a norte de Jenîm (a antiga Engannim); outros com Kufr Ra‘i mas ambas as identificações são conjecturais.

BETE-ÉDEN - Heb. Bêth ‘Eden, “casa de Éden”.


Provavelmente o país chamado Bît Adini em inscrições acadianas, que se situava em ambos os lados do Eufrates, no norte da Mesopotâmia, tendo sido habitado pelos arameus, até que a nação foi destruída pela Assíria no século VIII AC. A capital de Bît Adini era Til Barsip, a actual Tell el-Ahmar, situada 25,5 km a sul de Carquemis, na margem oriental do Eufrates. O local foi escavado por uma expedição francesa, sob a direcção de F. Thureau-Danein, entre 1929 e 1931. Descobriram-se esculturas e inscrições do período de ocupação assíria. Amós profetizou contra este país (Am 1:5). Noutros locais é apenas mencionado como Éden. É referida juntamente com Gazã, Herã, Resefe e Telassar como tendo sido conquistada pelos assírios no tempo de Ezequias (2Rs 19:12; Is 37:12). Ezequiel fala dos mercadores de Éden, entre outros, como tendo fornecido Tiro no seu auge (Ez 27:23).

BETE-DAGOM - Heb. Bêth Dagôn, “casa (ou templo) do (deus) Dagom”.


1.) O nome provavelmente designa locais de adoração a Dagom. Uma lista topográfica das cidades palestinianas, pertencente a Ramsés III, fala de Bt-dkn e registos cuneiformes mencionam Bit-daganna, sem dúvida ambas referindo-se a uma das duas Bete-Dagom bíblicas.
Um local no território de Aser, na direcção de Zebulom, perto do Monte Carmelo (Js 19:27); não identificado;

2.) Um local em Judá (Js 15:41), tratando-se provavelmente de Khirbet Dajûn, 8 km a sudeste de Jafa.

BETE-CAR - Heb. Bêth-Kar, “casa do cordeiro”.


Um local até onde os israelitas perseguiram os filisteus, após a segunda batalha com Ebenezer (1Sm 7:11); terá sido identificada com Beth-haccheren.

BETE-BIRI - Heb. Bêth-Bir’i, “casa da minha criação”.


Uma cidade no território de Simeão (1Cr 4:31); não identificada.

BETE-BARA - Heb. Bêth-Barah, “casa do vau”.


Um local do Vale do Jordão (Jz 7:24); não identificado.

BETE-ASBÉIA - Heb. Bêth-’Ashbea‘, “casa da abundância”.


Um local provavelmente em Judá, onde vivia uma família judaica, conhecida como “obreiros de linho” (1Cr 4:21); o local não foi identificado. Algumas versões traduzem o termo hebraico por “casa de Asbéia”, considerando Asbéia como o chefe desta família de tecelões.

BETE-ARBEL - Heb. Bêth ’Arbe’l.

De acordo com Os 10:14, trata-se de uma cidade destruída por Salmã (provavelmente Salmanezer). A sua identificação não é certa. Eusébio identificou-a com Irbid (Arbela), em Gileade, 25.5 km a este do Jordão, ao passo que Josefo fala de uma Arbela na Galileia, 6.5 km a noroeste de Tiberíades.

BETE-ARABIM - Heb. Bath-Rabbîm, “filha de uma multidão”.


O nome de um portão em Hesbom e do qual nada mais se sabe (Ct 7:4).

BETE-ARABÁ - Heb. Bêth-ha‘arabah, “casa do deserto”.


Um local situado no Deserto de Judá, na fronteira entre Benjamim e Judá (Js 15:6, Js 15:6), tratando-se provavelmente da Arabá de Js 18:18. Foi identificada como el-Gharabeh, em Wâdi Qelt, cerca de 5 km a oeste do Rio Jordão.

BETE-ANOTE - Heb. Bêth-Anôth, “a casa da (deusa cananeia) Anate”.


Um lugar em Judá (Js 15:59). Algumas das referências que os egípcios fazem relativamente a Bete-Anate, poderão aplicar-se a esta cidade. Foi identificada com Beit ‘Ainûm, 5 km a nordeste de Hebrom.

BETE-ANATE - Heb. Bêth-‘Anath, “casa (ou templo) da (deusa cananeia) Anate”.

O nome é mencionado nas listas topográficas egípcias relativas à Palestina, de Ramsés II a Sisaque, como sendo Bt‘nt. Uma cidade cananeia no território de Naftali (Js 19:32, 38), que permaneceu nas mãos dos cananeus (Jz 1:33). Tem sido identificada com el-Ba‘neh, cerca de 17,5 km a este de Aco

BETE-AMARCABOTE - Heb. Bêth-hammarkabôth, “casa dos carros”.


Uma cidade no território dos simeonitas, perto de Ziclague (Js 19:5; 1Cr 4:31); não identificada

BETÁVEN - Heb. Bêth-’awen, “ a casa da maldade”.


Um local perto de Ai, a este de Betel e a oeste de Micmás, perto do deserto (Js 7:2; Js 18:12; 1Sm 13.5; 1Sm 14:23); não está identificado

BETÂNIA - Gr. Bethania, do heb. Bêth-‘ani, “casa dos pobres”.


1.) Um local a este do Jordão, onde João baptizava (Jo 1:28); não identificado;

2.) Uma aldeia na vertente oriental do Monte das Oliveiras, cerca de 2,5 km a este de Jerusalém, na estrada que liga Jerusalém a Jericó. Era em Betânia que se situava a casa de Lázaro, Marta e Maria, que Jesus visitou em várias ocasiões (Mt 21:17; Mc 11:1, 11, 12; Lc 10:38; Jo 11:1); era também onde vivia Simão, o leproso, onde Maria ungiu Jesus (Mt 26:6-13; Mc 14:3). A ascensão teve lugar não muito longe desta aldeia (Lc 24:50, 51). O local chama-se actualmente el-‘Azarîyeh, em homenagem a Lázaro, cujo túmulo aí se encontra. Em Ne 11:32 aparece como Anania.

BETABARA - Gr. Bethabara.

Um local no Jordão, onde João baptizava (Jo 1:28). Contudo, evidências textuais inclinam-se para Betânia, embora Origenes, que não conseguiu descobrir nenhuma Betânia perto do Jordão, prefira Betabara, com base em argumentos geográficos. Este ponto de vista foi aceite durante vários séculos. Mas nem mesmo a Betabara de Origenes foi identificada. ‘Abarah, o vau do Jordão sugerido por alguns, situa-se 19 km a sul do Mar da Galileia e parece, deste modo, localizar-se muito para norte. Outra conjectura diz que Betabara é Beth-barah, perto da confluência do Jaboque com o Jordão. A sua localização deve ser considerada como sendo ainda incerta.
BETÁ - Heb. Betach; “confiança”, “segurança”.

Uma cidade em Aram-Zobá (2Sm 8:8). Em 1Cr 18:8 é mencionada como Tibate. Não identificada
BESOR - Heb. Besôr, “refrescante”.

Um ribeiro a sul de Ziclague (1Sm 30:9, 10, 21), provavelmente o Wâdi Ghazzeh, que corre desde Beer-sheba e em direcção a ocidente, entrando no Mediterrâneo ao sul de Gaza.
BEROTA OU BEROTAI - Heb. Berôthah e Berothay, provavelmente significando “ciprestes”.

De acordo com Ez 47:16, era uma cidade que se situava entre Damasco e Hamate, sendo provavelmente a mesma que Berotai, que pertencia ao reino de Hadadezer, de Zobá e de onde David trouxe uma grande quantidade de bronze, depois de ter capturado a cidade (2Sm 8:8). Berota é também chamada Cum (Heb. Kûn - 1Cr 18:8). Tem sido identificada com Bereitân, 13 km a sul de Ba‘albek

BEREIA - Gr. Beroia.


Uma cidade na Macedónia, cerca de 80 km a sudoeste de Tessalónica e a 38,5 km do mar, a sul da Planície Vardar. Durante o século I dC, foi uma cidade populosa da Macedónia, embora cidades como Tessalónica e Filipos a ultrapassassem em importância comercial e política. O seu nome actual é Verria. Paulo esteve em Bereia, vindo de Tessalónica, durante a sua segunda viagem missionária. Pregou nesta cidade, aí obtendo um sucesso considerável. Quando os judeus de Tessalónica vieram para Bereia e aí excitaram os ânimos contra o apóstolo, ele retirou-se, deixando Timóteo e Silas na cidade (At 17:10-14). Nada mais se sabe sobre esta igreja. Existem poucas dúvidas de que Paulo tenha visitado novamente a cidade e a igreja durante a sua terceira viagem missionária (At 20:1-4)

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

BERACA - Heb. Berakah, “ bênção”.

O nome, na forma brk’, aparece em selos aramaicos antigos. Um vale em Judá, perto de Tecoa. O rei Josafat reuniu lá, uma vez, o exército para agradecer a Deus a vitória obtida sobre os amonitas, moabitas e edomitas (2Cr 20:26) e, como consequência, chamou-lhe Berakah, “bênção”. O vale foi identificado com a depressão actualmente conhecida por Wâdi el-‘Arrûb, a sul de Tecoa, que corre desde as cordilheiras montanhosas da Judeia em direcção a sul.
BENE-JAACÃ - Heb. Benê Ya‘aqan, “filhos de Jaacã”.

Um local que pertencia ao clã de Jaacã (1Cr 1:42). O povo de Israel acampou perto dos poços pertencentes a este povo (Nm 33:31, 32; Dt 10:6). Veja Beerote.
BENE-BERAQUE - Heb. Benê-beraq, “filhos do relâmpago”; Acádia, Banai Barqa.

Um local no território de Dã (Js 19:45). É a actual Ibnibrâq, 8 km a nordeste de Jafa, perto da aldeia de Bene-Beraque.
BELÉM EFRATA - Heb. Bêth-lechem, "casa de pão".

Uma cidade na região rural de Judá. Aparentemente pertenceu a Jerusalém antes dos israelitas terem invadido o país, como uma referência a Bît-Lahmi nas cartas de Amarna parecem indicar. Era algumas vezes chamada Efrata (Gn 35:19), e para distingui-la da Belém em Zebulom era chamada Belém de Judá e Belém Efrata (Jz 17:7; Mq 5:2). No período patriarcal é primeiro mencionada como o local para onde Jacob viajava quando Raquel morreu (Gn 35:16, 19; Gn 48:7). Se o texto da LXX de Js 15:59 é fiável aparentemente foi entregue a Judá aquando da divisão do país, mas o texto masorético não a inclui na lista das cidades de Judá. Era a localidade onde viviam algumas personagens bíblicas famosas: Boaz (Rt 2:4), Jessé (1Sm 16:1), os filhos de Zeruia (2Sm 2:32), e David (1Sm 17:12; etc.). De acordo com a profecia de Miquéias (Mq 5:2) o Messias viria de Belém. No tempo de David era uma cidade murada e por algum tempo foi ocupada pelos filisteus (2Sm 23:14, 15). Roboão voltou a fortificá-la (2Cr 11:6). Depois do exílio babilónico os judeus reocuparam-na (Ed 2:1, 21; Ne 7:26).
Belém é especialmente bem conhecida como a cidade em que Jesus nasceu, e onde uma série de eventos teve lugar relacionados com o Seu nascimento: o anúncio do seu nascimento aos pastores, a visita dos magos do oriente, e o extermínio das crianças da cidade por Herodes o Grande (Mt 2:1-18; Lc 2:4-20).
BELÉM - Heb. Bêth-lechem, “casa de pão”.

Uma cidade no território de Zebulom (Js 19:15), provavelmente a terra natal do juiz Ebsã (Jz 12:8-11); identificada com Beit Lahm, 16 km a norte de Megido
BEEROTE - Heb. Be’erôth, significando “poços”.

1.) Trata-se de um local na fronteira de Edom, onde os israelitas acamparam (Dt 10:6). Outras traduções chamam-lhe Beerote-Bene-Jaacã, ou seja, “os poços dos filhos de Jaacã”. O local poderá ser identificado com Birein, 10,5 km a sudeste do oásis el-‘Auja;
2.) Uma cidade cananeia, cujos habitantes se juntaram aos gibeonitas com a intenção de entrarem em negociação com os hebreus (Js 9:17, 18). A cidade foi atribuída à tribo de Benjamim (Js 18:25; 2Sm 4:2). Foi reocupada pelos judeus depois do exílio (Ed 2:25; Ne 7:29). No tempo do Novo Testamento chamava-se Beroea. É geralmente identificada com el-Bîreh, 2.5 km a sudoeste de Betel mas muitos preferem Râs et-Tahûneh.
BEERELIM - Heb. Be’er ’Elîm, “poço das árvores”.

Um local em Moabe (Is 15:8), identificado por muitos como a Beer de Nm 21:16, que se situava provavelmente em Wâdi et-Tamad.
BEALOTE - Heb. Be‘alôth, “amantes” ou “possuidoras”.

Um local a sul de Judá (Js 15:24). Alguns pensam tratar-se de Baalate-Beer
BEALOTE - Heb. Be‘alôth, “amantes” ou “possuidoras”.

Um local perto do território de Aser (1Rs 4:16).
BAURIM - Heb. Bachurîm, “rapaz jovem”.

Um local em Benjamim (1Rs 2:8), no caminho que ia de Jerusalém até ao Jordão, perto do Monte das Oliveiras (2Sm 16:5; cf. 2Sm 15:30, 32). Simei, um inimigo de David, era de lá (2Sm 19:16). Aimaás e Jónatas esconderam-se num poço que ali existia (2Sm 17:18-21). Foi identificado com Râs et-Tmîm, 2 km a este do Monte Escopo.
BASÃ-HAVOTE-JAIR - Heb. Bashan Chawwath Ya’ir.

Trata-se de uma área geográfica (Dt 3:14). Contudo, o elemento “Basã” deve obviamente ser separado do nome e ser colocado num local anterior no versículo, tal como acontece noutras traduções. Veja Havote-Jair
BALAZOR - Heb. Ba‘al Chasôr, “Baal do valado”.

Um local perto de Efraim (2Sm 13:23), provavelmente Jebel ‘Asûr, 8 km a nordeste de Betel

BAJITE - Heb. Bayith, “casa” ou “templo”.


Trata-se de uma cidade ou templo em Moabe (Is 15:2). Um problema textual, na língua hebraica, torna impossível a sua identificação. Alguns tradutores consideram que o texto hebraico não está correcto e, por isso, lêem bath, “filha”

BAIRRO JUDEU - Gr. Ioudaia, “Judeia”.

Um termo que aparece duas vezes (Lc 23:5; Jo 7:1). O termo grego assim traduzido aparece 44 vezes mas somente nestes dois exemplos é traduzido por “bairro judeu”. Noutros locais surge sempre como “Judeia”. Ioudaia designa exactamente a zona sul da Palestina, em contraste com Samaria, Galileia e Idumeia; contudo, pensa-se que, por vezes, Ioudaia é usada num sentido mais lato, aplicando-se à região ocupada pela nação judaica. Este poderá ser o seu significado em Lc 23:5 mas não em Jo 7:1.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

BACA - Heb. Baka’, possivelmente “árvore de bálsamo”.


Nome de um vale na Palestina (Sl 84:6), assim chamado, provavelmente, por causa das árvores que aí cresciam. Alguns pensam que este é um outro nome dado ao vale de Refaim, onde se encontravam várias destas árvores (2Sm 5:22, 23) mas isto não passa de conjectura. Existem vários vales onde estas árvores crescem. Uma outra interpretação designa-o por vale “do pranto”, derivado do heb. bakah, “prantear”, uma palavra que pouco difere de baka’. Contudo, nenhuma destas interpretações ajuda a identificá-lo

BABILÓNIA - Heb. Babel.

Um nome geralmente atribuído ao sul da Mesopotâmea, zona que se estende desde o Golfo Pérsico até à latitude 34º. Este país era formado por depósitos aluviais e era muito fértil mas, uma vez que não chovia ali muito, era preciso recorrerem à irrigação. Nos tempos antigos, toda uma rede de canais trazia a água para todas as partes daquela área, tornando toda a região num virtual jardim de Deus. Inscrições antigas referiam-se a este país como Suméria ou Acádia, sendo a Suméria a secção sul do Golfo Pérsico, rondando a latitude 32º e a Acádia a secção norte. Ambas as secções eram salpicadas por inúmeras cidades grandes e pequenas. As cidades mais importantes da Suméria eram Ur, Uruk (a Ereque bíblica), Eridu, Nippur, Lagash, Larsa e Isin. Da Acádia eram: Babilónia, Kish, Cuthah, Borsippa e Sippar. Certos textos bíblicos dão o nome de Sinear à Acádia (Gn 10:10; Gn 11:2; Is 11:11) e outros chamam-lhe terra dos caldeus (Jr 24:5; Jr 25:12; Ez 12:13).
Os primeiros habitantes da parte sul desta região foram os sumérios, que falavam uma língua que não tinha qualquer afinidade com nenhuma outra língua conhecida, antiga ou moderna. Os sumérios desenvolveram um alto nível de civilização, inventaram a arte da escrita e dois sistemas de calculo - os sistemas decimal e sexagesimal. Dividiram o país em várias cidades-estado. As suas principais divindades eram Anu, o deus-céu; Enlil, deus da atmosfera; Dingirmah, deusa da terra e da fertilidade e Ea, deus das águas. De acordo com a chamada “baixa cronologia”, o primeiro período sumério foi substituído pela Dinastia Acadiana, no século XXIV AC, quando os governantes semíticos derrotaram os sumérios e tomaram todo o país. O grande rei Sargon, da Acádia, criou um império que se estendia desde o Golfo Pérsico até ao interior da Ásia Menor. Após um século de governação, esta dinastia foi deposta, ao se dar a invasão do povo das montanhas, os Guti. Dominaram sobre toda a Mesopotâmea, embora algumas cidades tenham gozado de uma certa autonomia, tal como a próspera Lagash, sob as ordens de Gudea, o seu capaz governante. Os Guti foram afastados pelos sumérios, após pouco mais de um século de governação. Os sumérios, por esta altura, experimentavam o renascimento do seu poder. Estabeleceram a terceira dinastia de Ur, a mais forte, que governou a Baixa Mesopotâmea desde 2070 até 1960 AC. Os reis desta dinastia codificaram as suas leis e construíram um império económico próspero e forte. Após a queda de Ur, o poder transferiu-se para as cidades de Isin e Larsa, onde permaneceu durante mais de 100 anos. No século XIX aC, o país foi invadido duas vezes - uma pelos elamitas, vindos das montanhas a este e outra pelos amorreus, vindos do deserto sírio. Os últimos fundaram a primeira dinastia forte da Babilónia por volta de 1830 aC. O sexto rei desta dinastia foi o famoso Hammurabi (1728-1686 AC). Derrotou o último rei de Larsa e dominou sobre praticamente todo o Vale da Mesopotâmia. Babilónia tornou-se na capital do império. Hammurabi é mais conhecido como legislador, embora tivesse sido muito mais do que isso. Foi também um sábio administrador e um patrocinador da literatura e da arte. A sua dinastia teve o seu fim por volta de 1550 AC, com a invasão dos hititas, sob o comando de Mursilis I. Estes invasores saquearam Babilónia, capturaram o seu rei e levaram a estátua de ouro do seu principal deus - Marduk. Durante este mesmo período, os cassitas, vindos do nordeste, invadiram o país e, durante vários séculos, dominaram sobre a Baixa Mesopotâmia. A sua capital era Dûr Kurigalzu, agora ‘Aqarquf, alguns quilómetros a oeste de Bagdad. A correspondência que um dos reis cassitas manteve com os reis do Egipto foi preservada, encontrando-se entre as Cartas de Amarna.
No século XIII AC, os assírios, então governados por Tukulti-Ninurta I, invadiram Babilónia. Também eles levaram a estátua de ouro de Marduk. Durante seis séculos, Babilónia esteve mais ou menos sob a dependência da Assíria. Era frequente ocorrer algumas rebeliões contra o jugo estrangeiro mas eram regularmente reprimidas. Tiglath-Pileser III (745-727 AC), que introduziu algumas inovações políticas e militares, coroou-se a ele próprio como rei da Babilónia, sob o nome de Pul. Sargon II também reinou como rei da Babilónia, mas Senaqueribe, cansado das constantes rebeliões, destruiu a cidade de Babilónia em 689 AC. Esaradom reconstruiu-a, após o que a cidade entrou no seu período mais florescente. Em 626 AC, Nabopolassar, um oficial caldeu, subjugou os assírios, declarando-se rei da Babilónia, tal como o fizera um dos seus parentes tribais, Marduk-apal-iddina, o Merodaque-Baladã bíblico, um século antes. A declaração de independência por parte de Merodaque-Baladã durou apenas dezoito anos mas o novo reino foi um sucesso, tornando-se num império que logo sucedeu ao dos assírios. Depois de Nabopolassar ter lutado contra os assírios durante vários anos com um sucesso desigual, juntou-se aos Medos e, com a ajuda deles, depois de um cerco de três meses, conquistou Ninive em 612 AC. Quando os conquistadores dividiram o Império Assírio, o rei babilónio ficou com toda a Mesopotâmia, a Síria e a Palestina. Foi-lhe necessário lutar contra o que restava da resistência assíria na Mesopotâmia Superior durante mais alguns anos e também com os egípcios, que tinham ajudado os assírios e que tentaram conquistar a Síria e a Palestina. Em 605 AC, Nabucodonozor, ainda príncipe, derrotou Neco, do Egipto, primeiro em Carquemis e depois em Hamate. Mais tarde, nesse mesmo verão, o seu pai morreu e ele sucedeu-lhe no trono. Seguiram-se campanhas anuais na Síria e na Palestina. Jerusalém foi conquistada várias vezes e após a terceira captura, em 586 AC, a cidade rebelde foi destruída e a sua população deportada para Babilónia.
Nabucodonozor foi um rei forte e um grande construtor. Ele praticamente reconstruiu a cidade de Babilónia e erigiu muitas estruturas noutras cidades. Após um bem sucedido reinado de mais de quarenta anos, seguiram-lhe vários governantes fracos, sob cuja ineficiente governação o império rapidamente se deteriorou. O seu filho Amel-Marduk, o Evil-Merodaque bíblico, reinou durante apenas dois anos (562-560 AC) e foi depois assassinado, tendo-lhe sucedido o seu cunhado Nergal-shar-usur, que reinou em Babilónia durante quatro anos (560-556 AC). Seguiu-lhe o seu filho Labashi-Marduk, que foi assassinado após um reinado de menos de dois meses. Os assassinos colocaram no trono um dos conspiradores - Nabonido. Este, vendo que a Pérsia representava um perigo, aliou-se ao Egipto, à Lídia e a Esparta. Fez também campanhas na Arábia e estabeleceu a sua residência em Tema, no noroeste da Arábia, aí vivendo durante alguns anos. Entretanto, o seu filho mais velho, Belsazar, foi nomeado co-regente, passando a governar em Babilónia. Em Outubro de 539 AC, apenas 23 anos após a morte de Nabucodonozor, o império cai nas mãos de Ciro, o Persa, quase sem luta. Ciro forçou a sua entrada no Vale da Mesopotâmia numa batalha em Opis e, dias depois, a capital foi subjugada, sem luta, pelos persas. Com a sua queda, terminou a história de Babilónia como poder independente. O reino tornou-se parte do Império Persa e foi, mais tarde, reduzido a uma província. O território foi depois subjugado por Alexandre, o Grande, pertencendo sucessivamente aos seleucidas, parcianos, sassanidos e outros; actualmente faz parte do Iraque.

BABILÓNIA - Heb. e aramaico, Babel (ver Babel); Gr. Babulon.


Uma cidade no vale mesopotâmico e uma das primeiras a ser fundada. Pouco se conhece da sua história e características no que se refere ao período pré-imperial, uma vez que as escavações só puseram a descoberto os níveis mais à superfície, que incluíam o do reino neo-babilónico. Uma vez que o nível das águas está agora mais alto do que nos tempos antigos, o que resta das cidades mais antigas encontra-se debaixo da água. A cidade tornou-se importante ao ser elevada a capital da primeira dinastia da Babilónia (chamada Dinastia Amorreia) e à qual pertencia o famoso Hammurabi. Perdeu, no entanto, a sua importância política após a queda desta dinastia, mas Babilónia continuou a ser muito respeitada como centro religioso e cultural do mundo antigo. Durante o domínio do Império Assírio, tornou-se num reino vassalo desse império mas rebelou-se frequentemente contra o jugo dos seus senhores. Senaqueribe ficou tão exasperado com estas constantes rebeliões, que destruiu completamente a cidade em 689 AC, com a intenção de que não voltasse a ser reconstruída. Contudo, a opinião pública, mesmo na sua terra natal, mostrou-se contra tal facto e a reconstrução da cidade começou logo a seguir à morte de Senaqueribe.
Quando, em 626 AC, Nabopolassar fundou o reino independente da Babilónia, a cidade tornou-se na capital da nova monarquia e, pouco depois, também do império. Foi a Babilónia deste período que R. Koldewey, entre 1899 e 1917, escavou em ligação com a German Orient Society. Estas escavações mostraram que a antiga cidade, ou cidade interior - a parte primitiva da cidade - se situava na margem oriental do Eufrates e o seu tamanho era de, aproximadamente, uma milha quadrada. A noroeste ficava o palácio real e a sul deste ficava o precinto sagrado de Esagila, em cuja área se situava a Etemenanki, a torre do templo com cerca de 91 m, assim como o templo de Marduk. Nabucodonozor reconstruiu e alargou o palácio, acrescentando, entre outras coisas, uma estrutura abobadada e, sobre ela, plantou jardins, conhecidos como Jardins Suspensos da Babilónia e conhecidos no mundo antigo como uma das Sete Maravilhas do Mundo. Construiu também a Nova Cidade na margem ocidental do rio e ligou-a, através de uma ponte, à cidade antiga (mais tarde chamada a cidade interior). Cerca de 2,4 km a norte da cidade, ele erigiu um novo palácio, o chamado palácio de verão e construiu uma parede dupla que incluía este palácio e os subúrbios dentro dos seus limites. Rodeou também a nova cidade com uma parede dupla, um fosso junto à parede e outro que protegia a cidade interior. Com uma circunferência total de cerca de 16 km, Babilónia era provavelmente a maior cidade da antiguidade, com a possível excepção de Tebas, a cidade egípcia.
A cidade foi construída com tijolos, uma vez que o solo aluvial daquela área não continha pedras. Os tijolos vulgares não tinham qualquer preparação especial mas os edifícios públicos eram revestidos com tijolos preparados ou envernizados e de diferentes cores, que davam a esta metrópole uma beleza que era dificilmente igualada por qualquer outra cidade de tamanho comparável. Os tijolos das paredes exteriores da cidade eram amarelos, os dos portões eram azuis, os dos palácios eram rosa-avermelhados e os dos templos eram brancos. Para além disso, os portões da cidade estavam decorados com touros em relevo, alternando com figuras de várias cores semelhantes a dragões. Nas paredes da Rua da Procissão, que ia desde o norte da cidade até ao templo de Marduk, viam-se leões de várias cores, em relevo e feitos de tijolos envernizados. Não é de admirar que o construtor desta cidade se tornasse orgulhoso e despótico. Este facto é mencionado não somente no livro de Daniel (Dn 4:30), mas também em inscrições que Nabucodonozor deixou para a posteridade e onde proclamava o seu nome e fama.
Foram feitas várias profecias contra Babilónia, predizendo que a cidade seria destruída, tornando-se num local desabitado (Is 13; Is 14:1-23; Jr 50; 51). Esta profecia cumpriu-se gradualmente. Quando Ciro, o Grande, tomou a cidade em 539 AC, não houve qualquer violência e os Persas conquistaram-na ainda intacta, fazendo dela uma das capitais do novo império. Contudo, várias rebeliões contra o domínio persa nos reinados de Dario I e Xerxes levaram este último rei a punir a cidade, destruindo os seus palácios, templos e muros por volta de 480 AC. Ele aboliu também o título de “rei da Babilónia”, que tanto ele como os seus percursores tinham usado e fez de Babilónia uma simples província. Um século e meio depois, Alexandre, o Grande, planeou fazer dela a capital do seu império, mas morreu antes sequer de poder levar por diante os seus planos. Nenhum dos seus sucessores escolheu Babilónia como capital; Seleuco I Nicator, em 312 AC, construiu Seleucia nas margens do Tigre e fez dela a sua capital. Utilizou muito do material de construção vindo da antiga Babilónia. Desde então até agora, a cidade tem sido utilizada como pedreira de tijolos. O açude do rio Hindiya foi construído com antigos tijolos de Babilónia. Tal aconteceu também com a cidade de Hilla, 5.6 km a sul de Babilónia e muitas das antigas cidades em ruínas. A grande metrópole de outros tempos foi, assim, completamente saqueada.
Grandes montes de escombros marcam antigas secções de Babilónia. A norte fica Tell Babil, onde se situam as miseráveis ruínas do magnífico palácio de verão de Nabucodonozor; mais para sul fica Kasr, sob a qual se encontram as confusas fundações e muros em ruínas da principal área do palácio da cidade, agora amplamente escavada. A sul de Kasr ficam as ruínas de Amran, o local do precinto sagrado de Marduk, com o seu templo de Esagila soterrado sob vários pés de escombros e areia. As fundações da torre do templo estão agora cobertas de água, por causa da escavação do fosso. As muralhas da antiga cidade ainda podem ser vistas em vários locais e são claramente visíveis sob a forma de montículos baixos e paralelos que, na sua forma e altura, pouco diferem das margens dos antigos canais.
Babilónia é também mencionada no Novo Testamento. Pedro envia saudações à igreja de “Babilónia” (1Pe 5:13), querendo ele referir-se a Roma e não à pouco importante cidade que era tudo o que restava da Babilónia literal, conforme concordam geralmente os comentaristas. No antigo costume rabínico, “Babilónia” era um epíteto comum para Roma. No Apocalipse, Babilónia é o símbolo da oposição a Cristo e aos Seus seguidores (Ap 14:8; Ap 16:19; Ap 17:18)

BAARUM - Deriva do heb. Bacharûmî, “baarumita”.


Uma variação da palavra Baurim. Também chamada nalgumas traduções de Baarum, em 1Cr 11:33, como sendo o local de onde Asmavete era oriundo

BAAL-TAMAR - Heb. Ba‘al Tamar, “Baal da tamareira”.


Um local perto de Gibeá e Geba, a partir de onde os israelitas iniciaram o seu ataque a Gibeá (Jz 20:33). A sua localização é ainda incerta.

BAAL-SALISA - Heb. Ba‘al Shalishah, de significado incerto.

Um local em Efraim, de onde um homem trouxe pão e milho para o profeta Eliseu, em Gilgal (2Rs 4:42-44). A sua localização ainda não foi identificada.
BAAL-PERAZIM - Heb. Ba‘al Perasîm, “Baal (ou senhor) do resplandecimento”.

Um local no ou perto do Vale de Refaim, onde David recebeu um sinal da sua vitória sobre os filisteus (1Sm 5:18-20; 1Cr 14:9-11). Alguns eruditos acreditam que se situa na cordilheira 4,8 km a sul de Jerusalém, onde se localiza agora o mosteiro de Mars Elias. Foram avançadas outras localizações, mas a sua identificação continua incerta.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

BAAL-MEOM - Heb. Ba‘al Me‘ôn, “Baal da habitação”.


Uma antiga cidade dos amorreus (Nm 32:38; Pedra Moabita, linha 9). Também chamada Bete-Baal-Meom (Js 13:17; Pedra Moabita, linha 30); Bete-Meom (Jr 48:23) e Beom, a forma contraída (Nm 32:3). Foi atribuída aos rubenitas transjordanos e foi reconstruída por eles (Nm 32:38). Mais tarde (século IX AC), de acordo com a Pedra Moabita, os moabitas ocuparam-na. No século VI AC, de acordo com Jeremias (Nm 48:23) e Ezequiel (Nm 25:9), ainda estava na posse dos moabitas. O local chama-se actualmente Ma‘în, cerca de 6,5 km a sul de Madaba.

BAALIM DE JUDÁ - Heb. Ba‘alê Yehûdah.


Uma cidade de Judá (2Sm 6:2), geralmente identificada com Quiriate-Baal, ou Quiriath-Jearim, de onde David levou a arca para Jerusalém.

BAAL-HERMOM - Heb. Ba‘al Chermôn, “Baal de Hermom”.


Um local perto ou situado no Monte Hermom, provavelmente um antigo santuário dedicado a Baal. Formava o limite norte de Manassés na Transjordânia (Jz 3:3; 1Cr 5:23).

BAAL-HAMOM - Heb. Ba‘al Hamôm, “Baal de uma multidão”.


Um local onde Salomão tinha uma vinha (Ct 8:11); não identificado.

BAAL-GADE - Heb. Ba‘al-Gad, “Gade é Baal”.

Um local no Vale do Líbano , “às raízes do Monte Hermom”, onde se presume que Gade, o deus fenício da riqueza, era adorado. Representava os limites mais a norte das conquistas de Josué (Js 11:17; Js 12:7; Js 13:5). Foram feitas várias tentativas para o identificarem com Baalbek, mas muitos eruditos não aceitam esta identificação.

BAALATE-BER - Heb. Ba‘alath Be‘er, “amante do poço”.


Um local na fronteira do território de Simeão (Js 19:8), aparentemente o mesmo que Baal (1Cr 4:33). Muitos eruditos pensam que se trata de “Ramate do sul” (Js 19:8; “Ramá do Neguebe”). Ainda não foi identificado.

BAALATE - Heb. Ba‘alath, “amante”.


Um local ao sul do território inicial de Dã (Js 19:44) e fortificado por Salomão (1Rs 9:18; 2Cr 8:6). De acordo com Josefo, situava-se perto de Gezer, mas a sua localização exacta ainda não foi identificada com toda a certeza. Aharoni identifica-o com Qatra, em Wâdi es-Sarar.

BAALA - Heb. Ba‘alah, “amante”.

1.) Uma cidade a sul de Judá (Js 15:29), aparentemente atribuída, mais tarde, a Simeão (Js 19:3, contraída para Bala). Em 1Cr 4:29, é chamada Bilha. Todas as identificações sugeridas são incertas;
2.) Uma montanha em Judá, entre Sicrom e Jabreel (Js 15:11); desconhecida;
3.) Uma cidade a cerca de 8 km a noroeste de Jerusalém (Js 15:9), mais conhecida por Quiriath-Jearim.
BAAL

Uma aldeia no território de Simeão, conhecida por Baalate-Ber.
AZMOTE-TABOR - Heb. ’Aznôth Tabôr, literalmente, “os ouvidos de Tabor”.

Um local perto da fronteira sul de Naftali (Js 19:34). Foi identificado com Umm Jebeil, próximo do Monte Tabor.

AZMOM - Heb. ‘Asmôn.


Um local na fronteira sul da Palestina, a oeste de Cades-Barnéia (Nm 34:4, 5; Js 15:4). Foi identificado com Qoseimeh, a aproximadamente 96 km a sul da Gaza.

AZECA - Heb. ‘Azeqah, “um (local) estropiado”; Assíria, Azaqa.

Uma das cidades atribuídas a Judá (Js 15:35). A cidade é mencionada pela primeira vez como sendo o local até onde Josué fez com que os seus inimigos fugissem, após a batalha de Gibeom (Js 10:10, 11). Os filisteus, com Golias como seu campeão, acamparam entre Socó e Azeca (1Sm 17:1). Roboão fortificou a cidade (2Cr 11:9). Três fragmentos de uma tabuínha cuneiforme, agora no Museu Britânico, provavelmente referindo-se à campanha palestiniana que Senaqueribe levou a cabo, em 701 AC, contra o rei Ezequias de Judá, falam de Azeca como uma fortaleza que “se situa numa cordilheira montanhosa tal como um punhal afiado” e que “rivalizava com as mais altas montanhas” em termos de inacessibilidade. Foi uma das últimas cidades a ser tomada por Nabucodonozor, antes de capturar Jerusalém (Jr 34:7). Uma observação, feita numa das cartas de Laquis, refere-se a este acontecimento. Um oficial do exército judaico, estacionado num local de onde poderia observar os sinais (de fumo) de Azeca, relatou ao seu comandante em Laquis: “E saiba (o meu senhor) que nós procurámos observar os sinais de Laquis, de acordo com todas as indicações que o meu senhor deu, mas não pudemos ver Azeca”. Parece que Azeca já tinha caído nas mãos do inimigo, não podendo, deste modo, enviar mais sinais. A cidade foi reocupada pelos judeus após o exílio (Ne 11:30). Foi identificada com Tell ez-Zakarîyeh, em Wâdi es-Sant, a cerca de 25,5 km a oeste de Belém. As escavações foram levadas a cabo por F J Bliss e R A S Macalister em 1898 e 1899, quando a arqueologia palestiniana começava a dar os seus primeiros passos. Parece que a cidade já existia no início da Idade do Bronze, o terceiro milénio AC. No primeiro milénio AC foi fortificada, obra atribuída ao rei Roboão, enquanto que a fortaleza na acrópole, fortificada com seis torres, foi erigida no século IX ou VIII AC.

AZA - Heb. ‘Ayyah, “montão” ou “ruína”.


Uma cidade mencionada na lista das possessões efraimitas (1Cr 7:28). Khirbet Haiyan, a cerca de 5 km a sudeste de Betel, tem sido identificada com Aza. Contudo, as escavações levadas a cabo no local puseram somente a descoberto algumas ruínas bizantinas. Por isso, a localização de Aza ainda continua por descobrir. Algumas versões, seguindo diferentes leituras do texto hebraico, representado por vários manuscritos hebraicos, menciona-a como “Gaza”.

ÁVEN - Heb. ’Awen, “maldade”.

1.) A designação de uma planície ou vale (Am 1:5) no reino de Damasco, possivelmente el-Biqa‘, onde se situava Baalbek, um centro de adoração pagã. Este centro sem dúvida que esteve na origem do nome simbólico dado por Amós a esta planície;
2.) Designação dada por Oséas a Betel porque esta cidade, significando “casa de Deus”, se tornara num local idólatra (Os 10:8);
3.) Uma cidade do Egipto, de acordo com o texto masorético de Ez 30:17. As consoantes ’wn são as mesmas da palavra ’On, em Gn 41:45, Gn 41:50 e Gn 46:20, que se refere à cidade de Heliópolis. Os Masoretes acrescentaram um ponto ao texto, sem vogais, de Ez 30:17, o que mudou o nome da cidade para ’Awen, “maldade”, sem dúvida por causa da sua idolatria.
AVA - Heb. ‘Awwa’, de significado incerto.

Uma cidade de onde os assírios trouxeram pessoas para a colonização de Samaria, depois que a população israelita foi deportada (2Rs 17:24), tratando-se provavelmente de Iva (Heb. ‘Iwwah), a cidade que é mencionada nos capítulos 2Rs 18:34 e 2Rs 19:13. Ainda não foi identificada com toda a certeza. Sachau sugere ‘Imm, situada entre Antioquia e Alepo; Sanda prefere a cidade de Ammia, perto de Biblos e mencionada nas cartas de Amarna; Dhorme e Abel inclinam-se para Tell Kafr ‘Aya, no Rio Orontes, a sudoeste de Homs.

ATROTE-BETE-JOABE - Heb. ‘Atrôth Bêth Yô’ab, “a coroa da casa de Joabe”.


Um local em Judá (1Cr 2:54, algumas versões), ainda não identificado. Algumas versões separam o nome, traduzindo-o por “Atarote, a casa de Joabe”.

ATENAS - Gr. Athenai.


A cidade mais ilustre da antiga Grécia e a sua actual capital. Deram-lhe este nome em homenagem à deusa patrona da cidade - Athena. Segundo a tradição, foi fundada no século XVI AC. Fica a cerca de 6,5 km do mar e, em determinada altura, esteve ligada ao seu porto por grandes muralhas.
Durante os primeiros séculos da sua história, a cidade foi governada por reis. Quando estes foram depostos, Atenas tornou-se numa oligarquia, uma regra da aristocracia. A partir daí, os seus magistrados eram os archors (governadores). Draco codificou as rigorosas leis de Atenas por volta de 621 AC mas Solon, o segundo legislador de Atenas, modificou-as por volta de 594 AC, tornando-as mais humanas. Atenas tornou-se numa democracia, ou seja, era governada pelos seus cidadãos burgueses (embora estes formassem a minoria da população total). Durante o século VI e especialmente no século V, a cidade tornou-se no centro da arte e literatura gregas, situação que se manteve mesmo em períodos de insignificância política. O seu período mais glorioso iniciou-se com as guerras persas, no século V, quando os gregos conseguiram uma série de vitórias sobre as forças imperiais persas. A primeira vitória sobre Dario I, em Maratona (490 AC), provou ao mundo que os exércitos das pequenas cidades-estado gregas eram muito superiores ao grande exército do Império Persa. Dez anos mais tarde, Xerxes, o sucessor de Dario, atacou a Grécia. Saiu vitorioso em Termópilas e queimou Atenas, que tinha sido abandonada pelos seus habitantes, mas Xerxes foi derrotado na batalha naval de Salamis (480 AC), de Plataea e de Mycale, em 479 AC
Mais tarde, Atenas tornou-se na principal cidade da confederação grega e, sob a liderança capaz de Péricles, deu-se início à sua era dourada. A cidade surgiu das cinzas ainda mais bela do que anteriormente. Na Acrópole, o escarpado monte central da cidade, foi construído o imortal Partenon, a pérola de todos os templos clássicos; também foram erigidos o encantador Erecteo e o magnífico Propylaea. Após o período de liderança ateniense, seguiu-se uma luta fatal com Esparta e a perda da supremacia de Atenas em Tebes. Em 338 AC, Filipe da Macedónia conquistou tanto Atenas como Tebes. A partir daí, tornou-se num peão da Macedónia de Alexandre e dos seus sucessores. Em 146 AC, os romanos organizaram a Grécia, tornando-a na província da Acaia. Desde então, Atenas manteve-se sob domínio romano mas gozando de uma considerável independência. Quando Sulla a saqueou em 86 AC, a cidade passou por um breve revés. Os romanos adornaram-na extravagantemente com vários edifícios. Por causa da sua fama como mãe da cultura ocidental, que incluía arte, literatura, arquitectura e filosofia, continuou a ser uma importante cidade nos tempos romanos, embora não tivesse a importância económica e política de Corinto, a capital da província. Era especialmente famosa como centro de conhecimento e a sua universidade foi considerada como a melhor do mundo. Todas as principais filosofias - platónica, estóica, epicureana e peripatética - se desenvolveram em Atenas.
O apóstolo Paulo passou por Atenas durante a sua segunda viagem missionária, provavelmente por volta de 51 DC. Ao lidar com o povo e ao falar-lhes no agora, ele achou os atenienses algo inquiridores (At 17:21) e supersticiosos (At 17:22). Que eles eram supersticiosos, era evidente para qualquer observador mais ou menos atento, uma vez que, em Atenas, existiam cerca de 3000 estátuas - a maior parte delas sendo, provavelmente, objectos de adoração - assim como muitos templos e altares. Entre estes altares existia um dedicado “ao deus desconhecido” (At 17:23). Até agora, nas escavações feitas em Atenas, não se encontrou um altar com tal inscrição mas, em Pergamo, descobriu-se um altar que continha uma inscrição parcialmente destruída: “Aos deuses des(conhecidos)”. Tal altar é também mencionado pelos escritores antigos como tendo sido erigido a fim de evitar calamidades públicas que não poderiam ser atribuídas aos deuses que eram já conhecidos. É possível que o altar que Paulo viu em Atenas pertencesse a algum culto desconhecido. Havia também ali uma comunidade judaica que possuía uma sinagoga onde Paulo pregou, de acordo com o seu hábito de iniciar o seu trabalho, numa nova cidade, entre os judeus (At 17:17). A sua discussão com os atenienses no agora abriu caminho para o seu discurso no Areópago (At 17:22 deixou um grupo de cristãos em Atenas, entre os quais se encontravam um oficial de alta patente e uma mulher de grande reputação (At 17:32-34). Não haverá grandes dúvidas sobre o facto de Paulo ter visitado novamente a cidade durante a sua terceira viagem missionária (At 20:2-3), embora este facto não seja especificamente registado por Lucas.

ATAROTE-SOFÃ - Heb. ‘Atrôth Shôphan, “a coroa de Sofã”.


Um local no território de Gade (Nm 32:35). Em vez do nome composto, algumas versões escrevem, incorrectamente, “Atarote, Sofã”, presumindo que se trata de duas cidades diferentes. Ainda não foi identificado.

ATAROTE-ADAR - Heb. ‘Atrôth ’Addar, “a prega de Adar”.

Um local na fronteira de Efraim e Benjamim (Js 16:5), a sul de Betel e não muito longe de Beteorom (Js 18:13). Não foi ainda identificada. Se Tell en-Nasbeh, a 11 km a norte de Jerusalém, não for Mizpá, 4, poderá tratar-se de Atarote-Adar.

ATAROTE - Heb. ‘Atarôth, “pregas”, “coroas”.


1.) Uma cidade da Transjordânia que Moisés tomou ao rei de Hesbom e que os gaditas reconstruíram (Nm 32:3, 34). Mesa, o rei de Moabe, declara que a tomou dos gaditas (Pedra Moabita, linhas 10 e 11). Foi identificada com Khirbet ‘Attarûs, a cerca de 4 km a nordeste de Machaerus e a cerca de 9,6 km a noroeste de Dibom;

2.) Uma cidade (Js 16:2) que será, provavelmente, Atarote-Adar;

3.) Uma cidade fronteiriça de Efraim, na direcção do Jordão (Js 16:7), que foi identificada com Tell el-Mazar. Tell el-Mazar situa-se em Wâdi Fâr‘ah, a cerca de 6 km a noroeste da ponte Damieh sobre o rio Jordão;

4.) Um local em Judá (1Cr 2:54, segundo algumas versões) que deveria ler-se como Atrote-Bete-Joabe (segundo algumas versões).

ATAQUE - Heb. ‘Athak, de significado incerto.

Um local no sul de Judá. Quando se encontrava em Ziclague, David enviou alguns despojos dos seus combates aos habitantes de Ataque (1Sm 30:30). Alguns identificam-na com Eter.

ATÁLIA - Gr. Attaleia.


Uma cidade portuária da Panfília, na nascente do Rio Catarrhactes. Foi fundada pelo rei Átalo II (159-138 AC), de Pergamo. O seu nome, actualmente, é Adália. Paulo e Barnabé partiram desta cidade-porto, a caminho da Síria, no final da sua primeira viagem missionária (At 14:25).

ASTAROTE


Uma antiga cidade de Basã, residência do rei Ogue, de Basã. A cidade é mencionada pela primeira vez em textos cuneiformes de Ebla, no período pré-patriarcal. Embora habitada por gigantes, foi tomada pelos israelitas no tempo de Moisés (Dt 1:4; Js 9:10; Js 12:4; Js 13:12). A cidade foi atribuída a Maquir, um filho de Manassés (Js 13:31), passando depois a pertencer aos levitas gersonitas (1Cr 6:71). Uzias, um dos “valentes” de David, era natural de Astarote (1Cr 11:44). Asterote-Carnaim, a cidade atacada por Chedorlaomer e os seus confederados no tempo de Abraão (Gn 14:5), será provavelmente a mesma cidade que Astarote. Esta tem sido identificada com Tell ‘Ashtarah, a cerca de 33,5 km a Este do Lago da Galileia, a norte do Rio Iarmuque. Algumas relíquias arqueológicas mostram que a cidade foi habitada entre o ano 2000 AC e o primeiro milénio AC.

ASSUR - Heb. ’Ashshûr.


A Assíria (Ed 4:2; Ez 27:23). A cidade assíria com este nome não é mencionada na Bíblia, a menos que a ’Ashshûr de Gn 2:14 se refira à cidade de Assur, tal como acreditam alguns comentaristas e não à Assíria como país. Nm 24:22, Nm 24:24 pode estar a referir-se à tribo árabe e não à Assíria, tal como o Sl 83:8 (Assur, segundo algumas versões; Assíria, segundo outras), onde o termo aparece entre as tribos transjordanas.

ASSOM - Gr. Assos.

Uma cidade portuária em Troade, a cerca de 32 km a sudoeste de Troas, onde Paulo embarcou para a sua viagem para Jerusalém, quando regressava da sua terceira viagem missionária (At 20:13,14). O local chama-se agora Behramk(y, Algumas escavações conduzidas em Assom por uma expedição americana entre 1881 e 1883 puseram a descoberto, entre outras estruturas, um templo dórico dedicado a Athena, o mercado, o local destinado aos banhos públicos, um teatro e um ginásio. Era a cidade natal de Cleanthes, o famoso filósofo estóico.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

ASSÍRIA - Heb. ’Ashshûr; Acádia Ashshur; Egipto ’Iswr; Fenícia ’Shr.


A grafia inglesa é uma transliteração do Gr. Assuria. Um país situado no Tigre Superior, na Mesopotâmea, assim como o império governado pelos assírios. O nome tornou-se tão vincadamente num sinónimo de governo imperial nessa região, que os babilónios e, mais tarde, os persas, que sucederam à Assíria como poderes mundiais, foram ocasionalmente apelidados de “assírios” (Lm 5:6; Ed 6:22). É por esta mesma razão que os governantes seleucidas foram apelidados de assírios num documento pertencente aos famosos manuscritos do Mar Morto.
A Assíria tinha a sua fronteira sul no Zabe Inferior (Zabe Menor ou Baixo Zabe), um tributário do Tigre. Perto da nascente do Zabe Inferior e na margem direita (ocidental) do Tigre, fica Assur, a primeira capital da Assíria (a cidade de Assur não deve ser confundida com o termo Assur usado na Bíblia e que se refere à Assíria como país, ou aos assírios). A partir daí, a Assíria expandiu-se para noroeste, ao longo do Rio Tigre e por cerca de 130 km. As suas cidades mais importantes situavam-se na margem esquerda deste rio: Kar-Tukulti-Ninurta, a norte de Assur, Calah, Niníve e Dur-Sharrukin. O país não era muito grande porque a oeste do rio ficava um deserto e a faixa de terra destinada à agricultura, situada entre o rio e as montanhas, a Este, era estreita e muito menos fértil do que o solo a sul da Mesopotâmea.
A escassez de terra pode ter sido responsável por algumas das características nacionais dos assírios. Eram um povo comercial empreendedor, aventureiros ousados, bravos guerreiros e organizadores talentosos. sul, os babilónios, embora não fossem desprovidos de talentos artísticos. As suas esculturas revelam uma mestria no manuseamento das pedras que eram fornecidas pelas montanhas próximas.
Os assírios eram semitas, tal como os babilónios e os arameus (Gn 10:22) e falavam uma língua que estava intimamente ligada à língua babilónica. Usavam também a escrita cuneiforme dos babilónios, com algumas modificações locais no que se referia à forma dos caracteres. Por altura do primeiro milénio AC, quando os assírios entraram em contacto com os hebreus na Palestina, já tinham perdido a sua pureza racial porque, na governação de todo o império, eles tinham absorvido muitos dos povos subjugados e, por isso, mostravam uma grande mistura na sua aparência e características.
A religião dos assírios - Sendo semitas, os assírios tinham muitos deuses em comum com outras nações semíticas, nomeadamente com os babilónios. Adoravam as grandes deidades babilónicas, tais como Shamash, o deus-sol; Sin, o deus-lua; Ea, o deus das águas e Ishtar, a grande deusa da fertilidade. Também honravam Aru, Marduk (Bel) e o seu filho Nabu (Nebo). Contudo, o principal deus dos assírios era Assur, que não pertencia ao panteão babilónico. Assur era representado por um sol alado que protegia e guiava o rei, o seu principal servo. Era também simbolizado por uma árvore, representando a fertilidade. No entanto, ele era, antes de mais, o deus da guerra e a guerra tornou-se parte integrante da religião dos assírios. Cada campanha militar era pensada para ser levada a cabo em resposta às ordens directas de Assur. Assim, a participação na guerra era um acto de adoração. Esta associação de Assur com as campanhas militares dos assírios explica o facto de o culto a Assur ter desaparecido com a destruição do Império Assírio, contrastando com os cultos dos deuses das outras nações que sobreviveram à destruição do seu povo. Por exemplo, Marduk, o deus patrono dos babilónios, permaneceu como deidade principal do Vale Mesopotâmico durante a ocupação persa mas Assur nunca reapareceu no mundo antigo após a captura e destruição de Niníve.
O Período Pré-Imperial - Uma breve alegação em Gn 10:11, 12 mostra que as cidades assírias devem a sua existência a uma extensão do poder no início do Império Babilónico. Mq 5:6 chama à Assíria “a terra de Ninrode”, que foi quem deu origem ao primeiro império, operando a partir da Baixa Mesopotâmea. Na história secular, a Assíria aparece pela primeira vez no século XIX AC como um vassalo do reino do sul, ligado aos reis mesopotâmeos. A partir daí, envolveram-se numa luta constante pela independência, pela supremacia e, por vezes, por obterem poder imperial sobre as outras nações. Os seus governantes mais ambiciosos, nos primeiros tempos da sua história, foram Sargon I (1780 AC) e Samsi-Adade I (1749-1717 AC), um amorreu que estendeu a sua influência militar e política à Anatólia e à Síria. Depois, seguiu-se uma guerra contra os horreus e os heteus, das quais, após alguns reveses, a Assíria emergiu como sobrevivente.
Durante a última parte do segundo milénio AC, vários governantes assírios, fortes e ambiciosos, tentaram estabelecer um império e conseguiram-no, embora que apenas brevemente. De entre eles, poderão ser mencionados: Adad-nirari I (1306-1274 AC), que derrotou Babilónia e realizou campanhas militares a Este e no Norte, obtendo um enorme sucesso; Tukulti-Ninurta I (1244-1207 AC), que derrotou também os babilónios e capturou a sua capital, obtendo ainda algumas vitórias contra Elão, os arameus e os urárcios; e Tiglath-Pileser I (1113-1074 AC), que estabeleceu o seu reino sobre uma área que ia desde o Golfo Pérsico até ao Mar Mediterrâneo. Seguiram-se vários governantes fracos, cujo poder dificilmente ultrapassou as fronteiras do país.
O Período Imperial - Contudo, cerca de 150 anos após a morte de Tiglath-Pileser, a Assíria foi, durante cerca de 300 anos (desde 933 até pouco antes de 612 AC), a nação mais poderoso da terra. Estabeleceu um império que cobria toda a Mesopotâmea, a maior parte dos seus países vizinhos, grandes faixas da Anatólia, toda a Síria e Palestina e até, durante algum tempo, o Egipto. Foi nesse período que a Assíria entrou em contacto com os hebreus e terá eventualmente destruído o reino do norte de Israel. Por isso, encontramos vários reis assírios mencionados na Bíblia e onze reis hebreus mencionados em registos assírios (Onri, Acabe, Jeú, Joás, Menaem, Peca e Oséias de Israel; Jotão, Acaz, Ezequias e Manassés de Judá).
O primeiro governante forte deste novo período foi Assur-Dan I (933-910 AC), que conquistou o norte da Mesopotâmea. No seu tempo, os exércitos assírios encontravam-se em guerra contra países estrangeiros praticamente todos os anos e tal situação continuou durante vários séculos. Rios de sangue foram derramados e os cadáveres empilhados assemelhavam-se a montanhas, para utilizar algumas das expressões assírias. O primeiro destes cruéis reis assírios do período imperial a entrar em contacto com Israel foi Salmanezer III (859-824 AC). Ao lutar contra uma aliança de reis sírios em Qarqar, em 853 AC, encontrou-se com o rei Acabe, que lhe forneceu 2000 carros e 10.000 soldados. O mesmo rei assírio regista que, doze anos mais tarde, recebeu tributo do rei Jeú, de Israel e o seu Obelisco Negro mostra Jeú ajoelhando-se perante ele. Durante o seu longo reinado de 35 anos, este rei assírio fez campanhas em praticamente todos os países à sua volta, estabelecendo o seu domínio sobre esses territórios. Seguiram-lhe vários reis fracos e, nos oitenta anos seguintes, o império perdeu muita da sua força sobre as nações subjugadas. Isto não significa que a Assíria não tivesse qualquer poder durante este período, pois as campanhas militares ocasionalmente atingiam Damasco, que Adadnirari III (810-782 AC) conquistara a Hazael, tendo também recebido tributo do rei Joás, de Israel; mas os sucessos militares assírios não foram permanentes. Deve ter sido neste período, provavelmente no reinado de Adadnirari III, que Jonas levou a cabo a sua missão em Ninive. Este período de fraqueza da Assíria foi aproveitado por Jeroboão II , um forte governante israelita, que recuperou o controlo dos territórios que lhes tinham escapado desde o tempo de Salomão.
Contudo, os assírios conseguiram um regresso espectacular com a subida ao trono de Tiglath-Pileser III (745-727 AC). Ele foi um grande monarca. Reconstruiu o império e procurou soluções para todos os males que assolavam o seu país, restabelecendo sistematicamente o poder assírio sobre os países vizinhos. A Babilónia foi muitas vezes conquistada, tornando-se num reino vassalo dos assírios mas estes também perderam muitas vezes o poder que mantinham sobre os babilónios. Para evitar nova perda, Tiglath-Pileser uniu definitivamente a Babilónia à Assíria, coroando-se a si próprio como rei da Babilónia, adoptando o nome de Pul. Esta foi a primeira vez que um rei assírio tentou algo no género. Estabeleceu também um controlo firme sobre a Síria e partes da Palestina, destruiu muitas cidades-estado como, por exemplo, Damasco e reorganizou as áreas conquistadas, transformando-as em províncias assírias. As populações foram transportadas para outras áreas do império e os seus territórios foram povoados com pessoas de outros países subjugados. A área norte, a área ocidental e as regiões transjordanas do reino de Israel foram desmembradas e transformadas em três províncias assírias. A área ocidental tornou-se na província de Du’ru (Dor), a área norte ficou conhecida como província de Magidû (Megido) e a área Este do Jordão passou a ser a província de Gal’aza (Gileade). Os cativos foram deportados. O que restou do país, tendo Samaria como capital, transformou-se num pequeno estado vassalo. Acaz, o rei de Judá, voluntariamente se dobrou perante o rei da Assíria, tornando-se seu vassalo. Tiglath-Pileser conseguiu uma outra grande vitória, quando subjugou Urartu, um estado situado a norte e que, no passado, causara imensos problemas à Assíria.
Salmanezer V (727-722 AC), sucessor de Tiglath-Pileser III, reinou durante pouco tempo mas copiou os métodos do seu predecessor em matéria de guerra e governação. Ocupou o trono da Babilónia sob o nome de Ululai e, com força e determinação, fez um acordo com os reis ocidentais (entre os quais se encontrava Israel) que tinham cessado de pagar tributo. Samaria foi cercada durante três anos (inclusive) e capturada provavelmente pouco antes da morte do rei. A tarefa de deportação dos israelitas e repovoamento do território com pessoas de outras áreas recaiu sobre Sargon II, o seu sucessor. Sargon II declarou que ele conquistara Samaria no primeiro ano do seu reinado.
Sargon II (722-705 AC) foi provavelmente um usurpador, embora ele se apelidasse de “filho de Tiglath-Pileser”. Rei forte, ultrapassou grandes dificuldades durante o seu reinado. Nas suas inúmeras campanhas militares, ele derrotou os elamitas a Este, Marduk-apal-iddina (o Merodaque-Baladã bíblico) da Babilónia, a sul, os urarteus e os arameus no norte e a noroeste. Construiu uma nova capital, Dur-Sharrukin, agora Khorsabad, a alguns quilómetros a norte de Ninive. Este foi o primeiro palácio assírio a revelar os seus tesouros aos arqueólogos modernos.
Senaqueribe (705-681 AC), filho de Sargon II, mostrou um grande interesse pelos melhoramentos técnicos das suas máquinas de guerra. Reconstruiu Ninive e transformou-a na mais gloriosa cidade do seu tempo, introduzindo novos métodos de construção. Implacável e irreconciliável, Senaqueribe cometeu alguns erros políticos, tal como a destruição, sem sentido, de Babilónia em 689 AC, a fim de pôr cobro às contínuas rebeliões daquela cidade. Por causa das suas políticas, tornou-se no homem mais odiado da sua era. Também nem sempre foi bem sucedido nas suas negociações com o Oeste. Em 701 AC, ele esmagou uma rebelião intentada por príncipes sírios e palestinianos e depois foi fazer guerra a Ezequias, que poderá ter sido o líder dessa rebelião. Destruiu muitas cidades de Judá, incluindo a cidade fortificada de Laquis, cujo cerco e captura são descritos em toda uma série de relevos do palácio da Assíria e que se encontram agora no Museu Britânico. Jerusalém foi salva quando Senaqueribe teve que dar por terminada a sua campanha militar aí, pois o seu exército era preciso, com urgência, num outro local. Mais tarde, quando Nubian Tirhakah (Taharka) ascendeu do Egipto, Senaqueribe voltou com a intenção de destruir o reino de Ezequias. Esta campanha terminou em desgraça - circunstâncias que levaram à sua omissão dos anais do rei. A Bíblia, contudo, menciona a campanha (2Rs 19; 2Cr 32; Is 37) e a sua memória parece ter sido preservada numa história contada a Herodoto, no Egipto, mais de dois séculos depois. O rei foi morto pelos próprios filhos, um evento registado tanto na Bíblia como em inscrições assírias e babilónicas.
Esaradon (681-669 AC), um filho de Senaqueribe que não se envolvera no assassínio do pai, ascendeu ao trono. A grande façanha do seu reinado foi a bem sucedida campanha militar contra o Egipto, que fez com que o Império Assírio atingisse a sua maior extensão. Contudo, surgiram alguns problemas nas regiões fronteiriças, onde nações bárbaras, tais como os Cimérios e os Medos, tentaram apoderar-se de algumas secções do território assírio, a fim de conseguirem alguma da sua riqueza. Esaradon conseguiu rechaçar estas nações mas não eliminou totalmente a ameaça que eles constituíam. No reinado do seu filho Asurbanipal (669-627(?) aC), o império encontrava-se no mais alto da sua glória e extensão mas já eram visíveis sinais definitivos de fraqueza, que prefiguravam o rápido declínio e destruição do império. O Egipto, que se revoltara nos últimos anos do reinado do seu pai, foi, mais uma vez, subjugada e Tebes, a maior cidade do mundo nesse tempo, foi saqueada. Babilónia, liderada por Shamash-Shum-Ukim, o irmão de Asurbanipal, também se revoltou mas a revolta foi esmagada. Para além dos seus sucessos militares, Asurbanipal é conhecido como fundador da sua grande biblioteca em Ninive. Esta biblioteca, composta por milhares de tabuínhas de barro, que agora se encontram no Museu Britânico, tem sido a maior fonte de informação para a reconstrução da civilização, história e literatura assírias.
São poucos os detalhes sobre os últimos anos do Império Assírio, por falta de registos históricos claros. Foram dois os filhos de Asurbanipal que reinaram alguns anos depois dele mas não foram capazes de enfrentar as forças que se juntaram contra o Império Assírio, em especial os Babilónios e os Medos. Os primeiros, que se tinham declarado independentes no reinado de Nabopolassar, em 626 AC, mantiveram-se quase em guerra contínua contra os assírios. Em 614 AC, os Medos, sob as ordens de Ciaxares, destruíram a cidade de Assur e Ninive partilhou do mesmo destino dois anos mais tarde, quando caiu sob os exércitos combinados de Ciaxares e Nabopolassar. O último rei da Assíria, um certo Ashur-uballit II, conseguiu juntar à sua volta o que restava do exército assírio e retirou-se para Harã, fazendo dela a capital durante algum tempo. Contudo, os babilónios não tardaram a desalojá-lo da cidade e, desta forma, os assírios desapareceram da história

ASNÁ - Heb. ’Ashnah.

1.) Outro local em Judá (Js 15:43) identificado com Idhna, a cerca de 9,5 km de Hebrom, a caminho de Maresa;
2.) Um local em Judá, perto de Zorá (Js 15:33), que se tentou identificar com ‘Aslin, uma aldeia que se situa entre Zorá e Estaol.

ÁSIA - Gr. Asia.


Nome do território ocidental da Ásia Menor. Este território foi conquistado pelos romanos, subtraindo-o ao Império Seleucida em 190 AC, tendo sido dado, na sua maioria, ao Reino Atálida, de Pergamo, que usou o termo Ásia como designação do seu território. Quando, no seu testamento, Átalo III legou o seu reino aos romanos, em 133 AC, a região foi organizada como província, sendo denominada por província da Ásia. Era composta pelas áreas da Mísia, Caria, Lídia, Frígia ocidental e algumas ilhas situadas na costa da Ásia Menor. Nos tempos do NT, era governada, como província senatorial, por um procônsul, tendo Pergamo como capital. Mais tarde, passou a ser uma província imperial, administrada a partir de Éfeso. Alguns escritores antigos fazem a distinção entre a Frígia e a Ásia, como se a primeira ainda fosse uma unidade separada. Lucas e Paulo também assim o consideraram (At 2:9, 10; At 16:6). Por vezes, também a Mísia é considerada separadamente em relação à Ásia (At 16:6; At 19:10, At 19:22, At 19:27, At 19:31; At 20:4, At 20:18; At 21:27; At 24:18, At 27:2; 1Co 16:19; 2Co 1:8; 2Tm 1:15; 1Pe 1:1; Ap 1:4, Ap 1:11). Paulo percorreu a província da Ásia durante a sua segunda viagem missionária (At 16:6) e aí trabalhou, durante três anos, ao longo da sua terceira viagem missionária (At 30:31). É provável que, nesta altura, para além de Éfeso, outras igrejas tenham sido fundadas e às quais João terá dirigido as suas sete cartas (Ap 2:1-3:22). Durante séculos, esta área permaneceu um forte reduto cristão.

ASEL - Heb. ’Asal.

De acordo com algumas versões, um local situado perto de Jerusalém (Zc 14:5), cuja identificação não é conhecida. A LXX apresenta-o como Iasol, que sugere a sua identificação com Wâdi Yasul, um tributário do Kidron. Alguns eruditos não acreditam que se trate de uma cidade e lêem ’Esel, “o seu (da cidade) lado”.
ASDODE - Heb. ’Ashdôd; Gr. Azotos.

Uma das cinco famosas cidades filisteias, situada a cerca de 4 km do mar e a meio caminho entre Jope e Gaza. Era uma antiga cidade cananeia, mencionada pela primeira vez em textos cuneiformes de Ebla, no período pré-patriarcal. No tempo de Josué, era habitada pelo que restava dos enaquins, homens de grande estatura (Js 11:22). Embora tivesse sido atribuída a Judá, manteve-se pouco tempo em seu poder, pois a conquista de Asdode, por Uzim, foi apenas um êxito momentâneo (2Cr 26:6). Enquanto cidade filisteia, foi acusada pelos profetas (Jr 25:20; Am 1:8; Sf 2:4; Zc 9:6). Sargon II tomou a cidade em 711 AC (Is 20:1), tornando-a na capital de Asdudu, uma província assíria. Herodoto declara que Psamtik I (663-610 AC) tomou Asdode após um cerco de 29 anos. Foi pouca a população que sobreviveu. Jr 25:20 pode estar a referir-se a esta situação. Durante o período persa, a cidade reconquistou alguma importância e no tempo de Neemias formou uma coligação contra os judeus (Ne 4:7, 8). Houve muitos judeus que se casaram com mulheres asdoditas (Ne 13:23). A língua falada em Asdode (Ne 13:24) era provavelmente um dialecto aramaico local falado nessa cidade, embora seja possível que a língua filisteia ainda aí fosse usada. Judas Macabeu e o seu irmão Jónatas atacaram a cidade e João Hircano conquistou-a (Mac 5:68; I Mac 10:84; I Mac 16:10). Pompeu fez dela uma cidade livre em 63 AC. É mencionada em At 8:40 pelo nome grego de Azotos. Foi lá que se achou Filipe depois do seu encontro com o eunuco. Chama-se agora Esdûd. A maior muralha de Tell Esdûd cobre cerca de 35 hectares e foi escavada em sete épocas, sob as ordens de M. Dothan, entre 1962 e 1972. A muralha contém vinte níveis de ocupação, que se situam entre meados da Idade do Bronze, na primeira metade do segundo milénio AC e o período bizantino. A camada treze representa a cidade ocupada pelos Povos do Mar, nomeadamente os filisteus no século XIII AC, tal como a sua cerâmica indica. Esta cidade foi destruída no século X AC e construída num plano diferente com uma evidência cultural cananeia muito forte, mostrando que, ao longo de vários séculos, os cananeus tinham, mais ou menos, absorvido os invasores filisteus. As estruturas dos portões do século X AC eram semelhantes, em tamanho e formato, aos portões salomónicos de Geser, Megido e Hazor, embora as primeiras tivessem sido construídas com tijolos e as outras três em pedra. Foram encontrados três fragmentos de um monumento assírio em pedra que continha uma inscrição de uma vitória conseguida por Sargon II. Refere-se à campanha militar mencionada em Is 20:1.

ASCALOM - Heb. ’Ashqelon.


Nas Cartas de Amarna, aparece como Ashqaluna e em inscrições acadianas como Isqaluna. Uma das cinco cidades mais importantes dos filisteus, actualmente Khirbet Asqalân, a cerca de 19 km a norte de Gaza. Foi conquistada pela tribo de Judá, pouco depois da conquista inicial de Canaã pelos judeus (Jz 1:18) mas, aparentemente, os israelitas não mantiveram a cidade em seu poder (Jz 1:19). Por volta de 1280 AC, Ramsés II tomou a cidade. Mais tarde, os filisteus conquistaram a cidade, por altura da invasão dos Povos do Mar, mantendo-a como sua possessão (cf. Js 13:13; Jz 3:3; Jz 14:19; 1Sm 6:17; 2Sm 1:20), até que Tiglath-Pileser III, em 734 AC, a conquistou, chamando-lhe Isqaluna. Em 701 AC, Senaqueribe subjugou a cidade. Mais tarde, caiu em poder de Tiro e no período dos Macabeus, mostrou-se hostil aos judeus mas submeteu-se a Jónatas (I Mac 10:86; I Mac 11:60; I Mac 12:33). Em 104 AC, tornou-se numa cidade livre sob o Império Romano, iniciando a sua própria era. Breves escavações britânicas, levadas a cabo em 1920 e 1921, puseram a descoberto apenas partes da cidade do tempo dos romanos. Descobertas posteriores feitas nos anos 30 e 40, assim como a escavação de uma igreja bizantina em 1967, vieram aumentar o conhecimento sobre a Ascalom bizantina e romana mas a cidade pré-romana ainda não foi posta a descoberto. Os profetas hebraicos falaram repetidamente contra esta cidade (Jr 25:20; Jr 47:5, Jr 47:7;

ASÃ - Heb. ‘Ashan, “fumo”.


Uma cidade que pertencia a Judá mas que, mais tarde, foi atribuída a Simeão (Js 15:42; Js 19:7; 1Cr 4:32). Foi identificada com Khirbet ‘Asan, a cerca de 2,4 km a noroeste de Beer-Sheba. Não é certo se a Asã de 1Cr 6.59 é a mesma cidade que é mencionada em Js 21:16 como Aim, ou se será outra cidade diferente. Se a cidade de 1Cr 6.59 estiver correcta, então a Aim de Js 21:16 deverá ser corrigida. Geralmente acredita-se que a “Corasã” de 1Sm 30:30 será, na verdade, Asã.

ARVADE - Heb. ’Arwad e ’Arwadî.

Arvade (a clássica Aradus e a actual Ruad ou Arwad) era uma cidade-porto no norte da Fenícia, localizada na ilha de Ruad, a cerca de 3,2 km do continente, a cerca de 48 km a norte de Tripoli e 200 km a norte de Tiro. A cidade é mencionada nas Cartas de Amarna como Arwada e em inscrições assírias com várias grafias: Armada, Aruda, Aruadi, etc. É também descrita nos portões assírios de bronze de Balawat. A sua história pode ser reconstruída a partir de registos babilónicos e assírios. Ezequiel menciona os remeiros, sábios e pilotos de Arvade, que terão ajudado a cidade de Tiro a defender-se (Ez 27:8, Ez 27:11). Os arvadeus estão registados em Gn 10:18 e em 1Cr 1:16 como sendo descendentes de Canaã.

ARUMA - Heb. ’Arûmah, de significado incerto.


Um local perto de Siquém e, durante algum tempo, residência do rei Abimeleque (Jz 9:41). Alguns eruditos acreditam que se trata da mesma cidade que é mencionada em 2Rs 23:36 - Ruma. Foi identificada com el-‘Ormeh, a cerca de 9,6 km a sudeste de Siquém.

ARUBOTE - Heb. ’Arubbòth, “janelas”.

Cidade onde vivia um dos “provedores” de Salomão e a cujo território Socó e Hefer também pertenciam (1Rs 4:10). É um local que ainda não foi identificado com toda a certeza. Alguns vêem-no em ‘Arrâbeh, a cerca de 3 km a sudoeste de Dotã. Alt identifica-o, com alguma hesitação, com Baqa el-Gharbiyeh, cerca de 13 km mais para oeste. Kraeling também concorda com esta identificação. Ohata sugere Tel Zeror, situada a 12 km a sudoeste de Cesareia, onde uma expedição japonesa, sob as suas ordens, procedeu a algumas escavações entre 1964 e 1966. A antiga cidade, representada pelas ruínas de Tel Zeror, era uma cidade fortificada em meados da Idade do Bronze - a primeira metade do segundo milénio AC, mas uma cidade aberta lá para o fim a Idade do Bronze - a segunda metade do segundo milénio AC. Durante o período dos reis israelitas voltou a ser fortificada com uma muralha mais fraca.

ARPADE - Heb. ’Arpad; numa inscrição aramaica mencionada como ’rpd e em registos acadianos como Arpadda.


Uma importante cidade-estado aramaica a cerca de 48 km a norte de Aleppo, actualmente Tell er-Fâd. É muitas vezes mencionada no VT como tendo sido destruída pelos assírios (2Rs 18:34; 2Rs 19:13; Is 10:9; Is 36:19; Is 37:13; Jr 49:23). Primeiro, foram os assírios quem castigaram a cidade (Adad-ninari III em 806 AC e Ashurdan III em 754 AC), depois Tiglath-Pileser III, em 740 AC, conquistou-a, transformando-a numa província assíria. Em 720 AC, Arpade rebelou-se contra os ocupantes mas Sargon II logo sufocou tal rebelião.

AROER - Heb. ‘Arô‘er, “zimbro”.


1.) Um dos locais a sul de Judá, para cujos habitantes David enviou os despojos da sua vitória sobre os amalequitas, depois que eles destruíram Ziclague durante a sua ausência (1Sm 30:28). Foi identificada com ‘Ar‘arah, a 19 km a sul de Beer-sheba;

2.) Uma cidade a cerca de 3 km a norte de Arnom e que, no tempo de Moisés, formava a fronteira sul do reino amorreu, do rei Seom, de Hesbom (Dt 2:36; Js 12:2;Jz 11:26). Depois que foi conquistada pelos israelitas, foi atribuída à tribo de Rúben (Js 13:15, 16), mas a tribo de Gade reconstruiu-a e ocupou-a (Nm 32:34). Mesa, de Moabe, arrebatou-a a Israel e fortificou-a (Pedra Moabita, linha 26). Hazael, de Damasco, conquistou-a um pouco mais tarde (2Rs 10:32, 33) mas a cidade acabou por voltar para Moabe, de acordo com Jeremias (Jr 48:19, 20). O local chama-se actualmente ‘Arâ‘ir e situa-se a cerca de 5 km a sul de Dibom, a este da velha estrada romana.
Olávarri levou a cabo algumas escavações em Aroer entre 1964 e 1966. Pôs a descoberto seis níveis arqueológicos que mostram que Aroer existiu, por fases, entre o século XXIII AC e o século III DC e que não era tanto uma cidade mas mais uma fortaleza fronteiriça. A Aroer dos tempos bíblicos (representando os níveis V e IV) era uma fortaleza construída na Idade do Bronze, na última metade do segundo milénio AC. O rei Mesa capturou-a, destruiu-a e reconstruiu-a no século IX AC. Esta fortaleza existiu até ao século VII AC;

3.) Uma cidade de Gileade, na fronteira com Gade, perto de Rabá, querendo provavelmente referir-se a Rabá Amom (Js 13:25; Jz 11:33). O local ainda não foi identificado;

4.) Uma cidade aparentemente situada no reino de Damasco, de acordo com o texto de Is 17:2. Os tradutores não tomaram ‘arô‘er como um nome próprio mas provavelmente leram ‘areha, que significa “as suas (de Damasco) cidades”, em vez de ‘aro‘er. De outro modo não será conhecida nenhuma cidade de nome Aroer na zona de Damasco.

ARIMATEIA - Gr. Arimathaia, “lugar alto”.


Uma cidade ou aldeia palestiniana de onde era natural José e no túmulo de quem Jesus foi sepultado (Mt 27:57-60; Mc 15:43; Lc 23:50-53; Jo 19:38). O local ainda não pôde ser identificado com toda a certeza. Os nomes que se seguem foram sugeridos como sendo os equivalentes do VT: Ramá, Ramate, Ramataim ou Ramataim-Sofim.

ARGOBE


Uma região em Basã, a nordeste da Transjordânia. De acordo com Dt 3:14, fazia fronteira com Gesur e Maaca e nos seus limites existiam sessenta cidades fortificadas (Dt 3:4). Foi conquistada a Ogue, rei de Basã, no tempo de Moisés (Dt 3:4, Dt 3:13, Dt 3:14) e no tempo de Salomão formou um sub-distrito de uma das doze áreas administrativas em que o reino foi dividido para fins fiscais (1Rs 4:13). A identificação desta área continua incerta. Foram sugeridas várias identificações divergentes mas nenhuma delas foi conclusiva. Será apenas seguro dizer-se que esta área se situa algures perto do Rio Iarmuque.

AREÓPAGO - Areios pagos; de Ares, “Marte” e pagos “monte”.


Nome de um monte rochoso e estéril, a noroeste da Acrópole na antiga Atenas, indicando que o monte era dedicado a Ares, o deus da guerra (Marte para os romanos) e, por isso, traduzido por “Monte de Marte” (At 17:22). A cordilheira de pedra calcária, elevando-se a cerca de 15 a 18 metros acima do vale onde se situam o Areópago e a Acrópole, situa-se a 113 metros acima do mar. Na altura em que era um reino, foi sede da corte suprema de justiça, que tinha jurisdição para julgar certos crimes, incluindo ofensas religiosas. O estatuto legal e a autoridade deste Conselho do Areópago nem sempre foi o mesmo em toda a história de Atenas mas, sob administração romana, tornou-se mais poderoso do que alguma vez o fora. Entre os poderes que tinha, encontravam-se o licenciamento de professores e o controlo da educação. Manteve-se em exercício até ao ano 400 DC. O tribunal procedia aos julgamentos em Stoa Basileios, no agora, o “mercado”. Era esta a sua sede oficial e era ali que se situavam as suas repartições administrativas. As sentenças, contudo, eram pronunciadas a partir do monte, para onde e com esse propósito o tribunal adiava as suas sessões.
Os comentaristas têm sugerido que Lucas, ao declarar que Paulo se encontrava “no meio do Areópago” (At 17:19), quereria dizer que o apóstolo terá sido levado até lá para defender os seus ensinos. Comentou-se que: 1) Paulo foi levado até ao monte para que, daquele elevado lugar, as pessoas o pudessem perceber melhor do que se ele tivesse ficado no agora cheio de gente; 2) Paulo foi levado perante o Concílio do Areópago, em Stoa Basileios, uma vez que os filósofos desejavam atribuir um maior significado ao discurso de Paulo e que lhe não seria dado se o apóstolo o pronunciasse no mercado aberto. Este ponte de vista foi proposto, pela primeira vez, por E. Curtis em Paulo em Atenas e 3) Paulo teria que ser examinado por este corpo de filósofos, em Stoa Basileios, antes de lhe poder ser atribuída uma licença que o habilitaria a ser reconhecido como professor estrangeiro. Esta última posição foi sustentada por Sir William Ramsay. Não será fácil provar que se deu uma mudança de local - do agora para o Areópago - e os pontos de vista de Curtis e Ramsay não obtiveram grandes apoios porque o que se passou não envolvia qualquer procedimento legal e os filósofos daquele tempo não se mostraram muito impressionados com o apóstolo. O mais forte argumento a favor da posição que diz que Paulo proferiu o seu discurso no monte sob a Acrópole e não na Câmara do Concílio, no agora, é a frase do versículo 19, que diz que eles o trouxeram epi ton Areion pagon e em que epi significará “sobre” e não “em” ou “dentro de”. Deste modo, o primeiro dos três pontos de vista mencionados poderá ser considerado como o mais plausível

ARABE - Heb. ’Arab.


Uma cidade no sul de Judá (Js 15:52) que foi identificada com a actual er-Râbiyeh, a cerca de 11 km a sul de Hebrom.

ARÃ

Alto, ou região de altitude elevada e, como nome de país, indica a zona que vai desde o nordeste da Palestina até ao Eufrates. Corresponde geralmente à Síria e Mesopotâmea dos Gregos e Romanos. Em Gn 25:20; Gn 31:20, 24 e Dt 26:5, a palavra "sírio" corresponde, mais propriamente, a "aramaico". Damasco tornou-se, com o tempo, a capital de vários pequenos reinos compreendidos sob a designação de "Arã" ou "Síria".

APOLÓNIA - Gr. Apollonia, “pertencente a Apolo”.


Uma cidade da Macedónia, a cerca de 48 km a oeste de Anfípolis, na Via Egnatia, a famosa estrada romana. Paulo passou por esta cidade durante a sua segunda viagem missionária, quando se dirigia para Tessalónica, via Filipos e Anfípolis.

ANTIPATRIS - Gr. Antipatris.

Uma cidade situada entre Jerusalém e Cesareia, fundada por Herodes, o Grande, num local denominado por Afeque, a cerca de 62 km de Jerusalém e 38 km de Cesareia. Foi-lhe dado este nome em homenagem ao pai de Herodes - Antipater. O seu nome continua vivo em Nahr abu-Futrus, um rio a nordeste de Jafa. O local chama-se, actualmente, Râs el-‘Ain, (ver Afeque). Paulo passou por aqui, quando foi levado como prisioneiro de Jerusalém para Cesareia
ANTIOQUIA - Gr. Antiocheia.

Aparecem no NT duas cidades com este nome.

1.) Antioquia da Pisídia. Na verdade, esta cidade situava-se na Frígia, perto da fronteira com a Pisídia. Para a distinguir da outra Antioquia, os historiadores chamavam-lhe, muitas vezes, “Antioquia Pisidiana”. Contudo, ainda se nota alguma confusão na literatura antiga e moderna sobre este assunto.
Antioquia da Pisídia foi fundada por Seleuco I Nicator (301-208 AC), chamando-lhe Antioquia em homenagem ao seu pai, Antíoco e aí instalando colonos. Após a derrota dos Seleucidas, pelos romanos em 190 AC, Antioquia tornou-se numa cidade livre mas 150 anos depois foi dada a Amyntas, rei da Pisídia e Galácia. Quando a Galácia passou a ser considerada uma província romana, em 25 DC, Antioquia tornou-se numa parte desse reino. Alguns anos mais tarde, Augusto fez dela uma colónia, tendo-lhe sido acrescentado o nome de Cesareia. Estava ligada a outras cidades coloniais da Pisídia por estradas militares, através das quais se controlava esta área. Perto da cidade, encontrava-se um grande templo, que foi recentemente escavado e que era dedicado a Mên, o deus-lua frígio, a quem eram atribuídos poderes curativos. Estavam-lhe adstritos inúmeros servos e propriedades. Paulo e Barnabé pregaram nesta cidade durante a sua primeira viagem missionária e aí fundaram uma igreja cristã (At 13:14-50; 2Tm 3.11). Foram, mais tarde, expulsos da cidade mas voltaram depois, quando se dirigiam para a Síria (At 14:21). Arundel identificou a antiga cidade (1833) como situando-se perto da cidade turca de Yalvaç. As ruínas de Antioquia foram parcialmente escavadas e alguma da sua antiga magnificência foi, assim, recuperada.
2.) Antioquia da Síria. Esta cidade situa-se na margem sul do Rio Orontes, a cerca de 24 km do Mediterrâneo, perto dos Montes Amano e Casio. Foi fundada por Seleuco I Nicator, por volta de 300 AC, tendo-lhe ele chamado Antioquia em homenagem ao seu pai Antíoco. Numa parte da cidade estavam instalados os atenienses e os macedónios e na outra os naturais da cidade. Mais tarde, Seleuco II e Antíoco IV expandiram a cidade, fazendo nela instalar novos colonos, entre os quais se encontravam alguns judeus. A cidade cresceu rapidamente e, sendo a residência dos Seleucidas, tornou-se numa rica cidade comercial e num importante centro de cultura helenística no oriente. Em 64 AC, após mais de dois séculos como capital do Império Seleucida e depois de um breve interlúdio de governação arménia, Antioquia passou para as mãos dos romanos, quando Pompeu anexou a Síria. Pompeu fez de Antioquia a capital desta nova província senatorial e a sede do embaixador romano. Deste modo, a cidade nada perdeu da sua importância. Era conhecida como “a Rainha do Oriente”, tornando-se na terceira metrópole do império e equiparando-se, em tamanho, a Roma e Alexandria. A sua população, nos tempos do NT, estimava-se entre as 250.000 e as 800.000 pessoas.
A religião cristã chegou a Antioquia com os membros da igreja de Jerusalém, que fugiam das perseguições que surgiram depois do apedrejamento de Estevão. Quando as novas da sua obra chegaram aos ouvidos dos líderes em Jerusalém, estes logo enviaram Barnabé, a fim de encorajar os novos conversos. Barnabé, vendo que era necessária mais ajuda, traz Paulo de Tarso e os dois, trabalhando em conjunto durante um ano, erigiram uma forte igreja cristã em Antioquia. Foi também ali que os seguidores de Cristo foram chamados cristãos pela primeira vez (At 11:19-26). A igreja foi, ainda reforçada na pessoa dos profetas (At 11:27). O importante passo seguinte na história desta igreja deu-se quando os cristãos de Antioquia patrocinaram a obra missionária organizada em países estrangeiros, enviando Paulo e Barnabé numa viagem missionária (At 13:1-3). Paulo considerava Antioquia como o seu quartel-General, tendo sido, também, desta cidade que o apóstolo partiu para as suas segunda e terceira viagens missionárias (>-41; At 18:22,23). Contudo, os cristãos de Antioquia sentiram a sua dependência relativamente aos líderes da igreja em Jerusalém e procuraram os seus conselhos (At 15:1,2). Aceitaram também a responsabilidade de ajudarem a igreja mãe na Judeia, enviando-lhe uma contribuição financeira em tempo de necessidade (At 11:27-30). Mais tarde, Antioquia foi palco de vários concílios da igreja.
A cidade foi destruída por Chrosroes, rei da Pérsia, em 538 DC e nunca recuperou deste golpe. Depois de ter sido conquistada pelos árabes um século mais tarde, perdeu rapidamente a pouca importância que ainda possuía. Pertence agora à Turquia e tornou-se numa simples cidade com cerca de 46.000 pessoas (1960), chamando-se actualmente Antâkiyeh. Foram levadas a cabo algumas escavações por parte de uma expedição franco-americana nos anos 30.