quarta-feira, 15 de outubro de 2008

ASDODE - Heb. ’Ashdôd; Gr. Azotos.

Uma das cinco famosas cidades filisteias, situada a cerca de 4 km do mar e a meio caminho entre Jope e Gaza. Era uma antiga cidade cananeia, mencionada pela primeira vez em textos cuneiformes de Ebla, no período pré-patriarcal. No tempo de Josué, era habitada pelo que restava dos enaquins, homens de grande estatura (Js 11:22). Embora tivesse sido atribuída a Judá, manteve-se pouco tempo em seu poder, pois a conquista de Asdode, por Uzim, foi apenas um êxito momentâneo (2Cr 26:6). Enquanto cidade filisteia, foi acusada pelos profetas (Jr 25:20; Am 1:8; Sf 2:4; Zc 9:6). Sargon II tomou a cidade em 711 AC (Is 20:1), tornando-a na capital de Asdudu, uma província assíria. Herodoto declara que Psamtik I (663-610 AC) tomou Asdode após um cerco de 29 anos. Foi pouca a população que sobreviveu. Jr 25:20 pode estar a referir-se a esta situação. Durante o período persa, a cidade reconquistou alguma importância e no tempo de Neemias formou uma coligação contra os judeus (Ne 4:7, 8). Houve muitos judeus que se casaram com mulheres asdoditas (Ne 13:23). A língua falada em Asdode (Ne 13:24) era provavelmente um dialecto aramaico local falado nessa cidade, embora seja possível que a língua filisteia ainda aí fosse usada. Judas Macabeu e o seu irmão Jónatas atacaram a cidade e João Hircano conquistou-a (Mac 5:68; I Mac 10:84; I Mac 16:10). Pompeu fez dela uma cidade livre em 63 AC. É mencionada em At 8:40 pelo nome grego de Azotos. Foi lá que se achou Filipe depois do seu encontro com o eunuco. Chama-se agora Esdûd. A maior muralha de Tell Esdûd cobre cerca de 35 hectares e foi escavada em sete épocas, sob as ordens de M. Dothan, entre 1962 e 1972. A muralha contém vinte níveis de ocupação, que se situam entre meados da Idade do Bronze, na primeira metade do segundo milénio AC e o período bizantino. A camada treze representa a cidade ocupada pelos Povos do Mar, nomeadamente os filisteus no século XIII AC, tal como a sua cerâmica indica. Esta cidade foi destruída no século X AC e construída num plano diferente com uma evidência cultural cananeia muito forte, mostrando que, ao longo de vários séculos, os cananeus tinham, mais ou menos, absorvido os invasores filisteus. As estruturas dos portões do século X AC eram semelhantes, em tamanho e formato, aos portões salomónicos de Geser, Megido e Hazor, embora as primeiras tivessem sido construídas com tijolos e as outras três em pedra. Foram encontrados três fragmentos de um monumento assírio em pedra que continha uma inscrição de uma vitória conseguida por Sargon II. Refere-se à campanha militar mencionada em Is 20:1.

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