sexta-feira, 31 de outubro de 2008

BETE-SEÃ - Heb. Bêth-She’an e Bêth-Shan.

Nas Cartas de Amarna, o nome aparece como Bît-Sâni e em textos egípcios como Bt-Shr. Uma antiga fortaleza cananita no estreito oriental da planície de Esdraelon, junto ao Rio Jalud, perto do Jordão. Ocupava uma posição estratégica na principal estrada para Damasco. Por causa disto, os egípcios consideraram-na, durante séculos, como uma cidade-chave do seu império asiático. Bete-Seã não foi ocupada pelos hebreus no tempo de Josué (Jz 1:27). Na divisão da terra, a cidade foi atribuída a Manassés, embora se situasse no território de Issacar e Aser (Js 17:11). Por altura da morte do Rei Saúl, os filisteus capturaram-na e depois da batalha, penduraram nas suas paredes os corpos de Saúl e dos seus filhos (1Sm 31:10, 12; 2Sm 21:12). David, aparentemente, ocupou-a, pois ela pertenceu ao reino de Salomão. Salomão colocou-a sob a administração de Baana, que vivia em Megido (1Rs 4:12).
O faraó Sisaque menciona Bete-Seã como uma das cidades conquistadas durante a sua campanha na Palestina (cf. 1Rs 14:25, 26). Após um silêncio de vários séculos, Bete-Seã reaparece na história, no século III AC, quando Antioco III a conquistou (218 AC). Em 107 AC, caiu novamente nas mãos dos judeus e permaneceu, por pouco tempo, sob o seu controlo. O seu nome foi, entretanto, mudado para Citópolis. Quando Pompeu a tornou numa cidade livre, em 63 AC, juntou-se às cidades de Decapolis. A actual aldeia de Beisân preservou o seu antigo nome. A sua localização inicial, um dos montes de terra mais conspícuos da Palestina, é chamada Tell el-Husn.
Uma expedição da Universidade da Pensilvânia escavou o local primitivo entre 1921 e 1933, descobrindo dezoito níveis de ocupação. Ficou a saber-se que a cidade se encontrava já sob influência egípcia no início do 2º milénio AC e que foi uma forte cidade-reino no período Hiksos. As escavações revelaram também que, após a conquista levada a cabo por Tutmose III, Bete-Seã permaneceu como possessão egípcia, sendo uma guarnição militar durante três anos. Neste período de tempo, construíram-se dois templos sobre os fundamentos dos antigos, um para Astarte-Anate e outro para Mekal-Resheph. Dessa altura também são várias colunas monumentais egípcias, duas erigidas por Seti I, uma por Ramsés II e ainda uma estátua de Ramsés III descoberta pela expedição entre as ruínas. Foram também descobertos vários objectos que lançam alguma luz sobre os ritos e cultos pagãos dos cananeus, nomeadamente os que eram usados no culto de adoração das serpentes.

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